O Ibovespa encerrou em alta de 1,24%, aos 116.849,67 pontos, dando de ombros para o desempenho negativo das bolsas americanas. No mercado de câmbio, o dólar à vista teve forte volatilidade, mas encerrou praticamente estagnado, em leve queda de 0,08%, cotado a R$ 5,7619. A moeda americana novamente chegou a ultrapassar o patamar de R$ 5,80 durante a sessão.
Quem olha para o desempenho dos ativos domésticos, nem imagina a tensão que rondou Brasília nesta terça-feira com a substituição dos comandantes das Forças Armadas e a troca no dia anterior de seis ministros do governo de Jair Bolsonaro. Este último movimento foi interpretado positivamente por uma aproximação do Legislativo e do Executivo.
O mercado preferiu se apoiar na notícia de criação de 401 mil vagas formais de emprego em fevereiro, segundo dados do Caged, e no apelo feito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, (e reforçado pelo Tesouro Nacional) para que tanto o governo quanto parlamentares façam acordos políticos que caibam nos orçamentos públicos, elevando a expectativa por uma correção da proposta orçamentária.
No entanto, o Congresso impediu que o governo federal cancele emendas parlamentares (no valor de R$ 46 bilhões) para recompor despesas obrigatórias, contradizendo a orientação da equipe econômica. Especialistas enxergam o risco de que se caracterize o crime de “pedaladas fiscais” caso o Orçamento seja sancionado por Bolsonaro sem veto.
Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou em evento que o “descontrole fiscal” do Brasil o faz perder o sono, complementando que é muito difícil controlar o monetário quando o fiscal está descontrolado. Além disso, Campos Neto também avaliou que a decisão de fazer um movimento “mais rápido e forte” pode fazer a alta total da taxa Selic ser menor.
Entre os destaques da B3, as companhias aéreas e empresas ligadas ao turismo tiveram um dia de recuperação, beneficiadas pelo maior apetite por risco dos investidores e por uma perspectiva de vacinação mais acelerada no País. As ações de Embraer ON dispararam 9,30%, seguidas por forte valorização de 8,80% de Gol PN e de 7,05% de Azul PN. Já CVC ON registrou avanço de 5,52%.
Outro setor penalizado nos últimos dias pela perspectiva de alta da taxa básica de juros, mas que retomou o caminho positivo neste pregão foi o de construção. Os papéis de Eztec ON aceleraram 6,61%, assim como MRV ON (+6,35%), Cyrela ON (+6,42%) e JHSF ON (+5,80%)
Na contramão do otimismo, os papéis de Suzano ON tombaram 3,09%, devolvendo parte dos ganhos que vieram principalmente depois do anúncio do aumento de preços da celulose para o começo de abril. No mesmo segmento, as units de Klabin caíram 0,73%.
Vale e Petrobras também encerraram no campo negativo, refletindo a queda do minério de ferro e do petróleo, respectivamente. As ações ON da mineradora recuaram 0,70% e as ON e PN da petrolífera se desvalorizaram 0,17% e 0,04%, nesta ordem.
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