
Ainda pressionado pelo apetite global reduzido por ativos de risco, o Ibovespa registrou queda de 0,68%, aos 108.376,35 pontos, na sessão desta terça-feira, completando uma sequência de quatro pregões consecutivos no campo negativo. No noticiário local, uma ata considerada mais agressiva do Comitê de Política Monetária (Copom) e a proximidade das eleições também contribuíram para a maior cautela do investidor doméstico. Apesar disso, o IPCA-15 de setembro, considerado a prévia da inflação oficial do País, registrou deflação de 0,37%, a segunda taxa negativa seguida, informou o IBGE. O dado desinflacionário fez com que os juros futuros encerrassem o dia em queda.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice S&P 500 renovando a mínima de 2022, ao mesmo tempo em que o rendimento das Treasuries, títulos públicos americanos, de 10 anos continuou a subir para níveis não vistos em pelo menos uma década. O mercado ainda mantém o tom preocupado de que o Fed exagere na elevação de juros e leve a economia americana a uma recessão profunda. Dados sobre a economia dos EUA divulgados hoje mostram que a atividade no país continua firme. O índice de atividade industrial do Fed de Richmond subiu a 0 em setembro, ante expectativa de analistas de –7,5 pontos. Já a venda de casas novas registrou alta de 28,8% em agosto, enquanto o consenso era de recuo de 2,2%.
No mercado de câmbio, o dólar à vista praticamente ficou estável, em leve baixa de 0,09%, cotado a R$ 5,3765, em sessão volátil, dando prosseguimento à visão de que a moeda americana pode permanecer fortalecida por um tempo mais longo. Por aqui, o Banco Central promoveu um leilão de linha com um volume de US$ 1 bilhão.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques da B3, as ações de Gerdau PN aceleraram 2,59%, beneficiadas pelos dados de vendas de imóveis acima do esperado nos Estados Unidos. A companhia tem uma participação no mercado americano, inclusive no de construção.
Já os papéis de Petrobras ON e PN subiram 0,71%, acompanhando a sessão de recuperação do petróleo no mercado internacional, com os barris do tipo Brent e WTI com ganhos superiores a 1%.
Pelo lado negativo, as varejistas e construtoras registraram fortes perdas, mesmo com a queda do IPCA-15 e, consequentemente, dos juros futuros. Pesou sobre elas a leitura de dados de uma atividade robusta nos EUA, que pode fazer com que o Fed adote uma política monetária ainda mais restritiva. Magazine Luiza ON tombou 3,69%, MRV ON perdeu 3,02%, Via ON se desvalorizou 4,05% e Eztec ON cedeu 1,18%.

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