
Em um dia marcado por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa registrou forte queda de 1,20%, aos 112.073,55 pontos. O índice foi pressionado pela desvalorização generalizada das blue chips, entre elas Petrobras, Vale, Ambev e o setor bancário. Por aqui, o cenário político foi monitorado de perto com as eleições para a presidência da Câmara e do Senado. Se na Câmara o pleito foi praticamente uma formalidade para o atual mandatário Arthur Lira (PP-AL), no Senado a disputa foi mais acirrada entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que tenta a reeleição, e Rogério Marinho (PL-RN). No entanto, Pacheco confirmou o favoritismo e foi reconduzido ao cargo por 49 votos a 32. Ainda em Brasília, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, mostrou confiança que a reforma tributária seja aprovada nas duas Casas até 15 de julho.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, após o Federal Reserve confirmar a diminuição do ritmo de aperto monetário, ao elevar a taxa de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 4,50% e 4,75%. O anúncio veio em linha com as expectativas do mercado, e justificada por uma inflação que “arrefeceu, mas segue elevada”. O comunicado do Fed reforça o comprometimento da autoridade monetária em levar a inflação à meta de 2% e sinalizou que o ciclo altista ainda não chegou ao fim. Em entrevista coletiva após a decisão, o presidente da instituição, Jerome Powell, disse que os efeitos do aperto monetário ainda serão sentidos mas que, ainda assim, a taxa terminal poderá ser maior que a projetada em dezembro. Ao ser questionado sobre o fim do ciclo ou um início de cortes, Powell foi claro ao sinalizar que o Fed ainda não trabalha com este cenário, dizendo que “a história adverte contra relaxamento monetário prematuro”.
No mercado de câmbio, o dólar à vista recuou 0,32%, cotado a R$ 5,0605, mudando de sinal após as declarações de Powell, que afirmou, pela primeira, vez que os EUA estão em processo de desinflação em andamento, apesar de dizer que ainda estão em estágio inicial.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques da B3, as ações de BRF ON dispararam 7,66%, depois de falas otimistas de Miguel Gularte, CEO da companhia, ontem, em evento do Credit Suisse, afirmando que a empresa entregará o resultado que o mercado espera, além de dizer que a BRF está “condenada ao êxito”.
Pelo lado negativo, as ações de Ambev ON tombaram 3,51%, pressionado pela notícia que traz uma denúncia da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que apontou um rombo estimado em R$ 30 bilhões em manobras tributárias por parte de empresas de bebida.
As ações de Vale ON caíram 1,11%, depois de a empresa fechar 2022 com produção de 307,8 milhões de toneladas de minério de ferro, 1,6% abaixo de 2021 e da meta, que era de 310 milhões de toneladas.
Já os papéis de Petrobras ON e PN recuaram 1,97% e 1,38%, respectivamente, acompanhando a queda do petróleo no mercado internacional, após decisão da Opep+ de manter seus níveis de produção, justificado pelo relatório semanal do Departamento de Energia, que mostrou crescimento dos estoques dos EUA, quando a expectativa era de estabilidade.

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