Não pegou nada bem no mercado as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à independência do Banco Central em entrevista realizada ontem. Lula afirmou que pode buscar a revisão da autonomia do BC quando terminar o mandato do atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, o que trouxe maior aversão a risco para os ativos domésticos na sessão desta sexta-feira. Além disso, o movimento negativo dos mercados acionários de Nova York também trouxe pressão adicional. Assim, o Ibovespa registrou queda de 1,47% na sessão desta sexta-feira, aos 108.523,47 pontos. Na semana, a Bolsa brasileira acumulou desvalorização de 3,38%.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, pressionadas pelo resultado do payroll de janeiro, que mostrou uma criação de 517 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos, bem acima dos 188 mil postos esperados. Já a taxa de desemprego caiu para 3,4%, ante uma estimativa de estabilidade, em 3,5%. Assim, o debate em torno de um provável corte de juros em 2023 provavelmente deverá esfriar depois do payroll, mostrando que o Fed ainda tem trabalho a fazer para esfriar a economia americana.
No mercado de câmbio, um dia depois de operar abaixo dos R$ 5, o dólar à vista teve um avanço expressivo de 2,03%, cotado a R$ 5,1476, em linha com o movimento de fortalecimento da moeda americana em âmbito internacional, mas também penalizado por novos ruídos políticos que afastam o investidor do Brasil.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as exportadoras de papel e celulose subiram em bloco, impulsionadas pela valorização do dólar, já que a maior parte de suas receitas está atrelada à moeda americana. Assim, as ações de Suzano avançaram 2,87% e as units de Klabin se valorizaram 2,27%.
Pelo lado negativo, a alta dos juros futuros novamente impactou grande parte dos nomes mais dependentes da economia doméstica. Yduqs ON derreteu 12,79%, Locaweb ON tombou 9,11%, Cogna ON
cedeu 7,08% e Lojas Renner ON se desvalorizou 6,98%.
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