No retorno do feriado de Carnaval, após duas sessões sem negociações, o Ibovespa registrou forte queda de 1,85%, aos 107.152,05 pontos, com o mercado doméstico se ajustando às perdas dos últimos pregões nos mercados internacionais. A desvalorização das ações da Bolsa brasileira foi praticamente generalizada, desde blue chips até nomes mais ligados à economia doméstica. Além disso, o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, mostrou que as projeções de inflação subiram de 2023 até 2026, em uma possível desancoragem das expectativas.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, mas encerraram o dia próximos da estabilidade, com o índice S&P 500 em sua quarta sessão consecutiva no campo negativa. O mercado reagiu à divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, com o documento sinalizando que a chance de recessão nos EUA em 2023 continua elevada e que alguns membros defenderam aumento de juros de 0,50 ponto percentual na reunião do mês de novembro, ao invés da elevação de 0,25 ponto percentual.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,14%, cotado a R$ 5,1689, em linha com o fortalecimento da moeda americana em âmbito global após a divulgação da ata do Fed, especialmente após o banco central americano admitir o desafio de levar a inflação dos EUA para a meta de 2% e acrescentar que o mercado de trabalho ainda está “muito apertado, contribuindo para continuar pressionando salários e preços”.
Destaques da Bolsa
Apenas oito ações encerraram a sessão no campo positivo nesta quarta-feira na B3, com maior destaque para a valorização de 3,12% de Cyrela ON. Sem nenhuma notícia específica para a companhia, que destoou do setor de construção, agentes atribuíram a boa performance a um ajuste técnico.
Pelo lado negativo, as ações ligadas a commodities recuaram em bloco, especialmente as petroleiras, penalizadas pela queda superior a 3% da commodity no exterior. Os papéis de Petrobras ON e PN tombaram 2,49% e 2,57%, respectivamente, enquanto PetroRio ON cedeu 1,60% e 3R ON teve decréscimo de 2,11%.
Já a aceleração dos juros futuros pressionou nomes mais ligados à economia doméstico, como as varejistas. Via ON derreteu 8,41%, Lojas Renner ON caiu 4,74% e Magazine Luiza ON perdeu 3,83%.

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