
A inflação voltou a pressionar os mercados nesta sexta-feira. Dados inflacionários acima do esperado por economistas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos levaram o Ibovespa a registrar queda de 1,67%, aos 105.798,43 pontos. Por aqui, o IPCA-15 de fevereiro teve alta de 0,76%, acima dos 0,72% projetados pelo mercado, com o número sendo pressionado, principalmente, pelo reajuste das mensalidades escolares no início do ano letivo. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito registraram alta em fevereiro, com exceção de vestuário. Na semana, encurtada pelo feriado de Carnaval, a Bolsa brasileira acumulou desvalorização de 3,09%.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, após o índice de preços de gastos com consumo (PCE) de janeiro, principal indicador de inflação observado pelo Federal Reserve, reportar um avanço de 0,6%, acima da expectativa de alta de 0,5%. O dado eleva as preocupações de investidores de que o Fed possa ter que manter as taxas de juros mais altas por um período mais prolongado para combater as pressões inflacionárias. Na semana, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq acumularam quedas de 3%, 2,7% e 3,3%, nesta ordem.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,23%, cotado a R$ 5,1987, em linha com o movimento de fortalecimento da moeda americana em âmbito global, seja ante divisas de mercados desenvolvidos ou emergentes, com agentes em busca de proteção. Na semana, o dólar se valorizou 0,72%.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de companhias aéreas conseguiram escapar do mau humor praticamente generalizado para papéis mais ligados à economia doméstica, impactados por maiores temores de juros elevados por um período mais prolongado. Assim, Azul PN acelerou 4,96% e Gol PN avançou 1,44%, com agentes considerando que esses nomes estão descontados.
Já as ações de Magazine Luiza ON subiram 1,40%, na contramão das varejistas, impulsionadas pela elevação de recomendação do Citi para a companhia de neutra para compra. O banco destacou que o cenário competitivo tende a suavizar, além de citar que a empresa aumentou as taxas no modelo 3P (marketplace) para gerenciar o aumento de cursos e que o ambiente de consumo melhorou marginalmente.
Pelo lado negativo, as mineradoras e siderúrgicas caíram em bloco, em linha com a desvalorização do minério de ferro e impactadas por um movimento global de maior aversão a risco. Investidores ainda adotam cautela antes da divulgação de balanços do quarto trimestre de 2022 de nomes do setor. Vale ON recuou 2,20%, Gerdau PN perdeu 1,41% e CSN ON se desvalorizou 5,22%.
Por fim, os papéis de Minerva ON tombaram 2,37%, após a companhia registrar um prejuízo líquido de R$ 25,7 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo um lucro de R$ 150,3 milhões reportado no mesmo período de 2021. Já o Ebitda alcançou o patamar de R$ 607,5 milhões, queda anual de 17,4%. Para o BTG Pactual, o balanço foi “um final fraco para um ano forte”.

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