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Fechamento B.Side: Ibovespa acelera aos 103 mil pontos e dólar recua a R$ 5,09 em sessão marcada por anúncio de novo arcabouço fiscal

Fechamento B.Side: Ibovespa acelera aos 103 mil pontos e dólar recua a R$ 5,09 em sessão marcada por anúncio de novo arcabouço fiscal

Fim de uma novela. Em uma sessão positiva para ativos doméstico, em dia marcado pelo anúncio do novo arcabouço fiscal, o Ibovespa registrou forte alta de 1,89%, aos 103.713,45 pontos, marcando a quinta sessão consecutiva no azul. O que se viu no pregão foi uma retomada do apetite por nomes mais cíclicos, diante de um maior otimismo fiscal e, consequentemente, uma maior possibilidade de o Banco Central sinalizar em breve o início do ciclo de corte de juros. Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma proposta que propõe zerar o déficit primário já em 2024, além da geração de superávit primário de 0,5% do PIB em 2025 e de 1% em 2026. Para isso, o crescimento anual das despesas será limitado a 70% da receita já realizada e se, por algum motivo, as metas do resultado primário ficarem aquém do projetado, a partir do ano seguinte passará a valer um mecanismo de correção e o crescimento das despesas ficará limitado a 50% da receita realizada.

Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, em linhas gerais, o desenho macroeconômico do arcabouço não parece ruim, contudo alguns pontos merecem atenção, entre eles uma meta de superávit primário a partir de 2025 demasiadamente otimista, um arcabouço atrelado à receita, como é o caso, pressupõe necessariamente aumento da carga tributária e, por fim, uma crítica de que é preciso um detalhamento maior da nova regra fiscal, e este detalhamento não foi dado nem na apresentação que circulou, e nem na fala de Haddad.

No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 0,73%, cotado a R$ 5,0977, também reagindo ao anúncio do novo arcabouço fiscal. Além do noticiário doméstico, o real também operou alinhado a outras divisas que se fortaleceram em relação à moeda americana na sessão desta quinta-feira. O euro, por exemplo, ganhou terreno após o Banco Central Europeu (BCE) sinalizar novamente que deverá continuar subindo juros na zona do euro.

Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, com investidores apostando que o pior da crise bancária envolvendo instituições regionais dos Estados Unidos já passou. Em termos de indicadores econômicos, os pedidos semanais de seguro-desemprego aumentaram em 7 mil, para 198 mil solicitações, o que aumenta a percepção de que o Federal Reserve possa desacelerar sua política de aperto monetário caso o mercado de trabalho esfrie. Além disso, o PIB dos EUA avançou 2,6% no quarto trimestre de 2022, levemente abaixo das estimativas de analistas que esperavam um ganho de 2,7%.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques do dia na B3, em uma sessão de alívio para a curva de juros, nomes mais ligados à economia doméstica e que vinham sendo pressionados recentemente por conta das maiores incertezas subiram em bloco. Locaweb ON ganhou 4,73%, Yduqs ON disparou 7,05% e Lojas Renner ON teve acréscimo de 3,77%.

Já nomes do setor bancário também seguiram em trajetória de alta, refletindo o sentimento de menor aversão a risco global sobre o segmento. Bradesco PN acelerou 3,00%, Itaú PN se valorizou 2,76%, Banco do Brasil ON subiu 1,83% e as units de Santander avançaram 2,81%.

Além do sentimento doméstico de maior apetite a risco, a queda do dólar também impulsionou papéis de companhias aéreas e empresas ligadas ao turismo. CVC ON teve elevação de 8,28%, Gol PN registrou aumento de 5,52% e Azul PN subiu 3,77%.

Pelo lado negativo, as ações de Natura ON recuaram 2,08%, na maior queda do Ibovespa e na contramão do setor varejista, mas sem notícia específica.

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