Em um movimento de realização de lucros após uma sequência de cinco pregões consecutivos no campo positivo, o Ibovespa registrou queda de 1,77%, aos 101.882,20 pontos. Por aqui, investidores seguiram repercutindo o anúncio do novo arcabouço fiscal apresentado ontem pelo Ministério da Fazenda. Além disso, o mercado acompanhou atentamente as falas do secretário do Tesouro, Rogério Ceron sobre a proposta. A maior preocupação de agentes vem do fato de que a despesa, para 2024, crescerá utilizando a base da receita de 12 meses finalizada em fevereiro do próximo ano, e não em junho de 2023. Na semana, a Bolsa brasileira acumulou valorização de 3,09%. Em março, o Ibovespa cedeu 2,91% e no primeiro trimestre tombou 7,16%.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, em um trimestre marcado por volatilidade, mas com ganhos para os mercados acionários, diante de um cenário de um aperto monetário ainda maior por parte do Federal Reserve e uma crise bancária causada após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB). Hoje, investidores aumentaram o apetite por risco após o núcleo do PCE, indicador de inflação preferido do Fed, mostrar um aumento de preços mais lento do que o esperado, ao subir 0,3%, abaixo dos 0,4% projetados por analistas.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 0,57%, cotado a R$ 5,0686, em baixa pela sexta sessão consecutiva. O real operou na contramão do movimento global, que viu um fortalecimento da moeda americana em relação a outras divisas, com investidores digerindo dados de inflação nos Estados Unidos e na Zona do Euro, além de uma queda na confiança do consumidor, segundo a Universidade de Michigan. Pesou também algumas falas de dirigentes do Fed defendendo a necessidade de atingir a estabilidade de preços.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques da B3, as ações de Cogna ON aceleraram 2,75%, após o JPMorgan elevar a recomendação da companhia de underweight (equivalente à venda) para neutra, destacando que o turnaround no negócio de ensino superior da empresa foi encerrado, o que abre caminho para crescimento da receita e que a perspectiva é de expansão em 2023.
Fora do índice, as ações de Light ON dispararam 19,02%, com especulações em torno do futuro da empresa, especialmente em um cenário de reestruturação depois de a elétrica reportar um prejuízo de mais de R$ 5 bilhões em 2022.
Pelo lado negativo, em um dia de retomada de alta dos juros futuros, papéis mais sensíveis à curva recuaram em bloco. As ações de MRV ON tombaram 7,13%, de Grupo Soma ON caíram 7,00% e Lojas Renner ON registraram baixa de 6,07%.
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