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Fechamento B.Side: Ibovespa tomba aos 103 mil pontos e dólar acelera a R$ 5,08 com questionamentos do mercado sobre arcabouço fiscal

Em uma sessão negativa para ativos locais, o Ibovespa registrou forte queda de 2,12%, aos 103.912,94 pontos, na sessão desta quarta-feira, em uma extensão da reação do mercado vista ontem desde a divulgação oficial do novo arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos. Apesar da falta de surpresas em relação ao texto apresentado ontem, investidores ainda levantam dúvidas sobre a viabilidade do plano, considerado por muitos com números demasiadamente otimistas esperados pelo governo. O alto número de exceções do projeto e questionamentos em relação à estabilização da dívida pública brasileira são as principais incertezas do mercado.

Hoje, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o índice cheio da inflação está em trajetória de queda, no entanto o núcleo, que exclui itens considerados mais voláteis, ainda está “bastante resiliente”, enfatizando que “a desinflação no país está mais lenta do que esperávamos” com uma taxa Selic rodando a 13,75% ao ano. Por fim, Campos Neto disse que é “consenso nos bancos centrais” de que “o trabalho ainda não está feito” e é necessário “ser persistente”.

Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, mais uma vez rodeando a estabilidade, com investidores reagindo a resultados corporativos do primeiro trimestre de 2023, com destaque para Netflix e Morgan Stanley. As ações da empresa de streaming tombaram %, após reportar lucro trimestral de US$ 1,3 bilhão (US$ 2,88 por ação), o que representou uma queda de 18,3% em relação ao mesmo período do ano passado, além de projetar lucro e receita abaixo do esperado pelo mercado para o 2T23. No período, a Netflix adicionou 1,75 milhão de assinantes. Já os papéis do banco subiram %, depois de informar um lucro líquido de US$ 2,98 bilhões no 1T23, um recuo de 18,5% ante igual período de 2022. No entanto, o lucro por ação entre janeiro e março superou levemente as expectativas de agentes.

No mercado de câmbio, o dólar à vista acelerou 2,22%, cotado a R$ 5,0866, em linha com o aprofundamento das perdas das Bolsa e a aceleração das taxas dos juros futuros. Houve um movimento de realização de lucros, com o real retomando o patamar acima de R$ 5, e a retomada de posições mais defensivas por conta dos desdobramentos do arcabouço fiscal e a retomada de tensões políticas com o ministro do GSI sendo filmado durante os atos de 8 de janeiro.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques do dia na B3, apenas oito papéis encerraram a sessão no campo positivo, com Sabesp ON liderando os ganhos (+1,16%). Impulsionadas pela valorização do dólar, as units de Klabin avançaram 0,53% e Suzano ON teve leve alta de 0,05%.

Pelo lado negativo, papéis mais sensíveis à economia doméstica desabaram em bloco, diante da maior aversão a risco local. Carrefour ON tombou 8,37%, Magazine Luiza ON perdeu 8,19%, Yduqs ON caiu 7,07%, Via ON se desvalorizou 6,74% e Eztec ON cedeu 5,91%.

Já os papéis de Vale ON recuaram -2,92%, depois de a companhia reportar uma produção 66,7 milhões de toneladas de minério de ferro no 1T23, alta de 5,8% em base anual, mas queda de 10,6% nas vendas, para 45,8 milhões. O BTG Pacual, em relatório, classificou os números como “decepcionantes”. Somado a isso, pesou também a queda do minério de ferro, pressionado pela promessa de autoridades chinesas de conter as altas dos preços da commodity.

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