Em linha com o sentimento de apetite a risco reduzido no exterior, o Ibovespa registrou baixa de 0,38% na sessão desta terça-feira, aos 117.331,30 pontos. A queda do principal índice da B3 só não foi maior por conta da disparada das ações de Petrobras, beneficiadas pela valorização do petróleo. Em Brasília, investidores monitoraram o prosseguimento da pauta econômica no Congresso e falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a respeito de uma eventual reforma administrativa.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, no retorno do feriado do Dia do Trabalho, que deixou os mercados acionários fechados ontem. O dia também foi marcado pela disparada dos rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos americanos, especialmente os papéis com vencimento de 10 anos, que subiram para 4,257%. Houve uma leitura no mercado de que a alta do petróleo pode pressionar a inflação americana, após Arábia Saudita e Rússia prolongarem cortes na oferta da commodity.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,82%, cotado a R$ 4,9754, em linha com o movimento de valorização da moeda americana, com indicadores corroborando para a visão de desaceleração da atividade chinesa, dados fracos na zona do euro e falas de dirigentes do Federal Reserve, como Christopher Waller, que afirmou que o banco central americano deve manter as taxas de juros elevadas até que haja uma queda relevante da inflação nos EUA. Já a presidente do Fed de Cleveland, Loreta Mester, declarou que a inflação elevada segue sendo o principal problema da economia americana e pode levar o Fed a “ir um pouco além” no aperto monetário.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Petrobras ON e PN aceleraram 4,60% e 3,35%, respectivamente, em linha com o movimento de valorização superior a 1% do petróleo no mercado internacional. Somado a isso, o Bank of America (BofA) elevou o peso das ações da estatal na carteira da América Latina para o mês de setembro, de 5% para 9%.
Já as companhias sucroalcooleiras subiram em bloco, beneficiadas por uma “tempestade perfeita” com avanço do petróleo e projeção de queda nas exportações do açúcar indiano, por conta de eventos climáticos como o El Niño. Raízen PN avançou 3,89% e São Martinho ON teve alta de 1,96%.
Pelo lado negativo, as ações de Via ON afundaram 7,14%, liderando as perdas das varejistas na sessão, após protocolar um pedido de registro de oferta primária de ações que pode movimentar R$ 981,098 milhões. Além de Via, Magazine Luiza ON perdeu 3,24% e Petz ON cedeu 2,63%.
Pressionadas pelo cenário macroeconômico de alta do petróleo, do dólar e dos juros futuros, as companhias aéreas caíram em bloco. Azul PN se desvalorizou 4,86% e Gol PN teve queda de 4,70%.

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