A percepção de juros elevados por um tempo prolongado nos Estados Unidos voltou a reduzir o apetite a risco dos mercados acionários em âmbito global. Assim, o Ibovespa registrou leve queda de 0,12% na sessão desta sexta-feira, aos 116.008,64 pontos, mesmo com o movimento de alta de nomes relevantes da Bolsa ligados a commodities, casos de Petrobras e Vale, que foram beneficiadas por medidas de estímulo anunciadas pela China. Na semana, o principal índice da B3, acumulou desvalorização de 2,31%.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco e encerraram o dia praticamente estáveis, com o debate em torno da política monetária ainda ditando os movimentos dos mercados. Hoje, a diretora do Fed, Michelle Bowman, reafirmou a visão de que o banco central americano terá que subir juros nos próximos meses para que a inflação covirja para a meta de 2% ao ano. Já a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse que a taxa de juros no patamar entre 5,25% e 5,50% está perto de seu pico, mas evitou sinalizar os passos para as próximas decisões.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 0,05%, cotado a R$ 4,9325, em linha com o movimento de enfraquecimento da moeda americana ante divisas emergentes e ligadas a países exportadores de commodities, com agentes ainda reagindo à notícia de que a Rússia limitará sua exportação de gasolina e diesel. Somado a isso, na China, os governos de Xangai e Pequim anunciaram medidas de relaxamento para investimento estrangeiro direto, com o objetivo de atrair empresas e apoiar a recuperação econômica do país. Na semana, o dólar subiu 1,25%.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Carrefour ON avançaram 2,81%, sem notícia específica, mas em um movimento de recuperação após perdas recentes, de acordo com operadores.
Já os papéis de IRB Brasil ON subiram 1,96%, após a empresa registrar lucro líquido de R$ 22,3 milhões em julho, revertendo prejuízo de R$ 58,9 milhões no mesmo período de 2022.
Pelo lado negativo, as varejistas foram penalizadas por conta do cenário de maior aversão a risco, com o mercado ignorando o movimento de queda dos juros futuros. Assim, o Grupo Casas Bahia ON tombou 8,11%, Magazine Luiza ON perdeu 4,68%, Natura ON cedeu 3,20% e Grupo Soma ON se desvalorizou 2,94%.
Por fim, as ações de Braskem PNA caíram 3,29%, diante das incertezas em torno da venda da fatia da Novonor, antiga Odebrecht, na petroquímica.
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