Em uma sessão de apetite a risco reduzido em âmbito global, o Ibovespa não fugiu à regra e registrou leve baixa de 0,07% nesta segunda-feira, aos 115.924,61 pontos. O sentimento de cautela prevalece em meio a um movimento de escalada dos rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos americanos, diante de uma visão do mercado de que os juros nos EUA permanecerão altos por um período mais longo do que o esperado. Assim, os juros futuros brasileiros também aceleraram, freando o apetite pela Bolsa brasileira. Somado a isso, investidores também operaram em compasso de espera antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária pelo Banco Central e do IPCA-15 de setembro, ambos divulgados amanhã
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, mas encerraram próximas da estabilidade, em um pregão de agenda esvaziada em termos de indicadores econômicos. Mas, se o dia não reservou tantas novidades, o mesmo não deve acontecer ao longo da semana, quando teremos uma agenda recheada, com a última revisão do PIB dos EUA do segundo trimestre e o PCE de agosto. O rendimento dos Treasuries com vencimento de 10 anos avançou para 4,54%, maior nível desde 2007.
No mercado de câmbio, o dólar à vista teve ganho de 0,68%, cotado a R$ 4,9662, com o mercado de olho em novas incertezas relacionadas ao mercado imobiliário da China. As ações da incorporadora Evergrande desabaram quase 22%, após a empresa chinesa anunciar a impossibilidade de emitir novos títulos por conta de uma investigação relacionada a uma de suas afiliadas. Além disso, a incorporadora China Oceanwinds informou que sofrerá liquidação nas Bermudas, depois de não conseguir pagar um empréstimo de US$ 175 millhões de um de seus credores.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de CVC ON aceleraram 5,75%, com o programa Desenrola no radar. Analistas apontam que empresas que têm classes C e D como público-alvo podem se beneficiar da segunda fase do programa, na qual companhias inscritas irão informar o desconto que estão dispostas a dar para que os consumidores quitem seus débitos.
Já os papéis de Weg ON subiram 4,63%, impulsionados pela notícia de que a companhia firmou um acordo com a Regal Rexnord para aquisição dos negócios de motores elétricos industriais e geradores no valor de US$ 400 milhões, que inclui a compra de 10 fábricas em 7 países.
Pelo lado negativo, as ações de Casas Bahia ON, ex-Via, derreteram 13,24%, com o mercado ainda penalizando a companhia que passa por um processo de reestruturação, além de um cenário macroeconômico desfavorável.
A combinação de alta dos juros futuros e valorização do dólar pressionou as companhias aéreas, que já vêm em tendência de baixa na Bolsa depois de um segundo trimestre considerado negativo. Assim, Azul PN cedeu 2,85% e Gol PN perdeu 3,58%.

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