Após operar em alta durante praticamente todo o pregão, o Ibovespa mudou de sinal nos últimos minutos de negociação e registrou leve baixa de 0,05%, aos 114.004,30 pontos, alinhado com os mercados acionários de Nova York e acumulando a terceira sessão consecutiva no campo negativo. Por aqui, o sentimento de cautela com o exterior, diante do conflito no Oriente Médio, se manteve. No entanto, um discurso de Jerome Powell sem grandes novidades permitia que a Bolsa brasileira engatasse um movimento de leve correção depois das perdas de ontem, quando o principal índice da B3 perdeu 1,60%. Contudo, a aversão ao risco para ativos de risco vista nos últimos dias prevaleceu.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, com o mercado repercutindo comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que afirmou que a inflação nos Estados Unidos ainda permanece em patamares elevados e, provavelmente, exigirá um menor crescimento econômico do país. Powell ainda disse que os dados dos últimos meses mostram “progressos contínuos” em direção a dois objetivos: mercado de trabalho aquecido e preços estáveis. Assim, o mercado precifica uma probabilidade de 99% de que o banco central americano mantenha as taxas de juros inalteradas na reunião de política monetária de novembro, acima dos 93% na leitura anterior. Investidores também observaram mais um dia de escalada nos rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos americanos, com o papel com vencimento em 10 anos se aproximando do patamar de 5%, nível ultrapassado pela última vez em 2007. Por fim, agentes também repercutiram resultados corporativos do terceiro trimestre de 2023, com as ações de Netflix disparando 16,05% e de Tesla tombando 9,30%.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 0,03%, cotado a R$ 5,0528, em linha com o movimento de enfraquecimento da moeda americana no exterior, que também se ajustou após declarações de Powell, especialmente depois de o mandatário afirmar que o comitê do BC americano “está movendo a política monetária cautelosamente, considerando riscos” e que “altas adicionais de juros e tempo de restrição dependerão de dados”.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Cielo ON aceleraram 6,53%, sem nenhuma notícia específica, mas com a empresa figurando entre os papéis mais negociados da Bolsa brasileira.
Já as ações de Copel PNB subiram 2,97%, repercutindo a avaliação da companhia de será possível economizar R$ 428 milhões ao ano com o Plano de Demissão Voluntária (PDV), que contou com 1.437 adesões efetivadas e um custo estimado com indenizações de R$ 441 milhões. Outras empresas do setor elétrico também se mantiveram entre as maiores altas do pregão, casos das units de Energisa (+3,27%), CPFL Energia ON (+2,84%) e Equatorial ON (+1,93%).
Fora do índice, os papéis de Gafisa ON dispararam %, em um movimento técnico, com rumores de um aumento de posição por parte do empresário Nelson Tanure, que já se tornou o maior acionista pessoa física da companhia.
Pelo lado negativo, algumas ações cíclicas voltaram a operar no vermelho. Magazine Luiza ON tombou 6,94%, CVC ON perdeu 5,54%, Locaweb ON cedeu 4,34% e Casas Bahia ON se desvalorizou 3,85%.
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