B.Side Insights

Daily report

Fechamento B.Side: na contramão de NY, Ibovespa recua aos 126 mil pontos pressionado por nova política industrial; dólar se aproxima de R$ 5

Na contramão do bom humor visto nos mercados acionários de Nova York, o Ibovespa registrou queda de 0,81% na sessão desta segunda-feira, aos 126.601,55 pontos, pressionado pelo anúncio de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) direcionará R$ 250 bilhões para apoiar projetos no setor industrial até 2026, com o mercado interpretando o movimento como um estímulo artificial na economia, diante de um orçamento reduzido, o que poderá deixar ainda mais difícil a promessa de zeragem do déficit fiscal em 2024. No cenário externo, a China manteve inalteradas suas principais taxas de juros, o que jogou um balde de água fria nos agentes que esperavam maiores estímulos para a segunda maior economia do mundo. A notícia pressionou as mineradoras e siderúrgicas, que têm influência relevante na Bolsa brasileira.

Em Wall Street, as bolsas americanas avançaram em bloco, com os índices Dow Jones (acima dos 38 mil pontos pela primeira vez) e S&P 500 renovando suas máximas históricas de fechamento. O movimento de alta dos mercados acionários acontece uma semana antes de o Federal Reserve anunciar sua decisão de política monetária, com ampla expectativa pela manutenção de juros dos EUA na faixa entre 5,25% e 5,50%. Agentes, no entanto, querem saber quando o banco central americano iniciará o ciclo de corte de juros, e vêm diminuindo substancialmente as apostas pelo afrouxamento monetário para a reunião de março. Se antes, o mercado precificava chance de corte superior a 80%, agora este número beira os 40%. Nesta semana, a primeira leitura do PIB americano do quarto trimestre, além do PCE de dezembro, devem balizar a visão a respeito da temperatura da atividade dos EUA.

No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,23%, cotado a R$ 4,9873, com o real também sendo pressionado pelo anúncio do programa “Nova Indústria Brasil”. Somado a aversão a risco doméstica, as divisas emergentes perderam terreno em bloco na comparação com a moeda americana, diante de um processo de reprecificação para o início de corte de juros por parte do Fed nos EUA.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques do dia na B3, as ações de Petrobras ON e PN subiram 0,23% e 0,45%, respectivamente, alinhadas com a valorização superior a 1% do petróleo no mercado internacional.

Os papéis de BRF ON ganharam 4,92%, beneficiados pela queda nos preços do milho.

Pelo lado negativo, as ações de Hapvida ON recuaram 5,72%, ainda pressionadas pela notícia de que a operadora de saúde está sendo investigada pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) por se recusar a cumprir decisões judiciais favoráveis a seus beneficiários.

Já alguns nomes do setor bancário operaram no vermelho diante das preocupações fiscais renovadas. Itaú PN cedeu 1,64%, Bradesco PN caiu 1,15% e Banco do Brasil ON teve decréscimo de 0,66%.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigo anterior Morning Call B.Side: bolsas globais iniciam a semana no azul; IPCA-15 de janeiro é destaque da agenda doméstica na semana
Próxima artigo Morning Call B.Side: bolsas globais operam em queda nesta terça-feira; dados de arrecadação federal são destaque da agenda doméstica