Impulsionado pelo pacote de estímulos econômicos na China mais agressivo desde a pandemia de covid-19, o Ibovespa registrou forte valorização de 1,22% na sessão desta terça-feira, aos 132.155,76 pontos. O principal índice da B3 encerrou uma sequência de cinco pregões consecutivos no campo negativo. Por lá, na segunda maior economia do mundo, o Banco do Povo (PBoC) cortou a taxa de compulsório bancário em 50 pontos-base, com o objetivo de liberar 1 trilhão de yuans (US$ 142 bilhões) em liquidez no sistema financeiro do país. O presidente do PBoC, Pan Gongsheng, adiantou que outro corte do compulsório, de 25 a 50 pontos-base, pode ocorrer ainda este ano. Assim, nomes ligados a commodities metálicas figuraram entre as maiores altas da Bolsa brasileira, casos de Vale ON (+4,88%), CSN ON (+9,39%), Gerdau PN (+4,17%) e Usiminas PNA (+7,68%).
Hoje, o Banco Central divulgou a ata referente à sua última reunião de política monetária. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, fica bastante evidente que, ainda que sem um guidance claro, a alta de 25 pontos-base na taxa Selic foi apenas um início gradual do ciclo. Em linhas gerais, ao manter o tom hawkish do comunicado, mas com um maior detalhamento das discussões e preocupações, nos parece relativamente claro que o Copom tende a aumentar o ritmo de alta da Selic, com uma elevação de 50 pontos-base na reunião de novembro.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, porém com fôlego reduzido. O índice Nasdaq teve o melhor desempenho, beneficiado pelo avanço de 3,93% de Nvidia. Entre os indicadores econômicos, o dado de confiança do consumidor caiu de 105,6 em agosto para 98,7 pontos em setembro, o maior declínio mensal em mais de três anos, e bem abaixo das expectativas de analistas que esperavam uma leitura de 104 pontos. Somado a isso, a escalada das tensões entre Israel e Líbano também demandaram maior cautela de operadores.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 1,31%, cotado a R$ 5,4628, com o real também sendo favorecido pelas medidas anunciadas na China que impulsionaram o preço das commodities e, consequentemente, as divisas ligadas a elas. As ações no país asiático tendem a beneficiar o Brasil sob dois prismas: o primeiro pela maior demanda chinesa por commodities agrícolas e o segundo pela tendência de aumento de preços de commodities energéticas e metálicas. Hoje, por exemplo, o minério de ferro disparou 4,94% no porto chinês de Dalian.

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