Após cinco pregões consecutivos de queda, o Ibovespa voltou a subir e registrou valorização de 0,65% na sessão desta quinta-feira, aos 130.066,95 pontos. A Bolsa brasileira foi impulsionada por um avanço generalizado de seus principais nomes, casos de Itaú PN (+0,90%), Petrobras PN (+0,67%) e Vale ON (+0,59%). O sentimento de menor aversão a risco veio de declarações de autoridades. Primeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que os preços do mercado brasileiro estão “um pouco exagerados”. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou seu posicionamento sobre o compromisso com o arcabouço fiscal, destacando que “é o que precisa ser feito”.
Entre os indicadores econômicos, o IPCA-15 registrou avanço de 0,54% em outubro, acima da mediana das expectativas (0,51%) e na maior leitura para o mês desde 2021. Com isso, a inflação acumulada no ano foi a 3,71%, e, em 12 meses, a 4,47%. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, se antes deste IPCA o cenário de política monetária do mercado e dos economistas já contemplava uma aceleração no ritmo de altas da taxa Selic, a inflação deste mês consolida tal visão: em um ambiente já deteriorado por conta de um cenário fiscal delicado e desancoragem das expectativas, um indicador de inflação mais forte, ainda que com causas bastante claras e possivelmente temporárias (questões climáticas), definitivamente não ajuda.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice Dow Jones no vermelho e S&P 500 e Nasdaq no azul, diante de uma bateria de resultados corporativos e do movimento de queda dos Treasuries, os títulos públicos americanos. As ações de Tesla dispararam 21,92%, depois de superar as expectativas de lucro no balanço do terceiro trimestre, além de divulgar um guidance otimista para este ano e para 2025, adicionando que pretende oferecer serviços de transporte por aplicativo nos estados americanos da Califórnia e no Texas a partir do ano que vem. Por outro lado, os papéis de IBM tombaram 6,17%, depois de a receita da companhia do 3T24 ficar aquém do esperado.
No mercado de câmbio, o dólar à vista teve queda de 0,53%, cotado a R$ 5,6629, com o real se destacando em âmbito global na comparação com a moeda americana. Se pela manhã a divulgação do IPCA-15 de outubro estressou os tivos locais, pela tarde o movimento foi contrário com a descompressão de risco justificada pelas falas de Campos Neto e Haddad.
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