Dados mais fortes do que o esperado no mercado de trabalho provocaram um sentimento de aversão a risco para os ativos locais. Assim, o Ibovespa registrou desvalorização de 0,45% na sessão desta quarta-feira, aos 125.415,21 pontos, pressionado por uma forte aceleração dos juros futuros. Por aqui, o Caged reportou abertura de 137.303 vagas com carteira assinada em janeiro, bem acima dos 51.508 postos de trabalho projetados.
Os balanços corporativos nortearam o desempenho de algumas ações. Pelo lado positivo, as ações de Ambev ON dispararam 5,50%, após reportar lucro líquido de R$ 5,024 bilhão no quarto trimestre de 2024, alta de 11% ante mesmo período de 2023, além de anunciar dividendos de R$ 0,1276 por ação. Pelo negativo, os papéis de IRB ON derreteram 18,26%, depois de a empresa registrar lucro líquido de R$ 112,4 milhões no 4T24, avanço anual de 196,9%. O que incomodou o mercado foram as despesas administrativas maiores do que o esperado.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice S&P 500 quebrando a sequência de quatro pregões consecutivos no vermelho. As ações de Nvidia subiram 3,67%, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024. O mercado segue adotando cautela diante das incertezas em torno da política tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O republicano reafirmou que as tarifas contra Canadá e México entrarão em vigor, além de declarar que projeta uma tarifa de 25% sobre produtos da União Europeia.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou em alta de 0,86%, cotado a R$ 5,8035, no maior nível de fechamento desde 3 de fevereiro. O real apresentou o pior desempenho entre as moedas globais, tanto de economias fortes quanto de emergentes. O dólar se valorizou globalmente com a sinalização da política tarifária de Trump. Somado a isso, a leitura de pressão inflacionária após o Caged pressionou a moeda brasileira.
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