O Banco Central surpreendeu parte do mercado ao elevar a Selic em 0,25 ponto, para 15% ao ano, e sinalizou intenção de manter juros altos por um “período bastante prolongado”. Como resposta, a curva de juros futuros se desinclinou: taxas curtas subiram, com o mercado projetando a Selic parada em 15% até o fim de 2025; já as taxas longas caíram, refletindo espaço para cortes mais à frente. No câmbio, o dólar subiu 0,44%, a R$ 5,5249, em ajuste técnico após recente valorização do real, também influenciado pela aversão ao risco antes do fim de semana, diante do impasse entre Irã e Israel.
O Ibovespa caiu 1,15%, a 137.115,83 pontos, zerando o ganho semanal. A queda foi puxada por ações sensíveis a juros, como Cosan (-9%), Vamos (-7,44%) e Petz (-5,41%). Entre os destaques positivos, TIM (+1,51%), Telefônica (+1,47%) e PetroReconcavo (+1,35%). Petrobras destoou, com leve alta nas ON (+0,45%), sustentada pelo pagamento de dividendos, apesar da queda de mais de 2% no petróleo Brent no dia.
Nos EUA, Wall Street operou sem direção única após o feriado de Juneteenth. Apesar de alguma sinalização de disposição do Irã para retomar negociações, as tensões no Oriente Médio seguem elevadas. O petróleo Brent acumulou alta de cerca de 3% na semana. O Dow Jones subiu 0,08%, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 0,22% e 0,51%, respectivamente. A curva de juros americana recuou nos treasuries de 2 e 10 anos, enquanto o rendimento de 30 anos subiu. O índice DXY cedeu 0,20%.
As falas divergentes de dirigentes do Federal Reserve também impactaram os mercados. O diretor Christopher Waller indicou possibilidade de início de cortes na próxima reunião, enquanto Thomas Barkin reforçou a preocupação com a inflação, sugerindo cautela. No cenário global, permanecem temores de escalada militar e seus impactos sobre o petróleo e o complexo de commodities.
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