Os mercados globais reagiram com volatilidade nesta sexta-feira após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a suspensão imediata das negociações comerciais com o Canadá e prometer novas tarifas ao país vizinho nos próximos sete dias. O movimento surpreendeu investidores que vinham otimistas com o avanço de acordos entre EUA, China e União Europeia. Embora as bolsas de Nova York tenham perdido força durante a tarde, o apetite por risco retornou na reta final e permitiu que Nasdaq e S&P 500 renovassem recordes de fechamento. Já os rendimentos dos Treasuries subiram, refletindo a elevação das incertezas sobre o comércio global e a política monetária americana.
No Brasil, o ambiente externo turbulento se somou ao receio fiscal doméstico, alimentado por declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Apesar de assegurar que não pretende alterar a meta fiscal, Haddad evitou se comprometer com cortes de despesas e não descartou judicializar a derrubada do decreto do IOF pelo Congresso. O dólar à vista reduziu parte das perdas do dia e encerrou cotado a R$ 5,4829, em queda de 0,29%. Ainda assim, acumulou desvalorização de 0,76% na semana, impulsionado pelo diferencial de juros e pela percepção de risco relativamente mais favorável ao Brasil frente a outros emergentes.
Na B3, a sexta-feira também foi marcada por oscilações. O Ibovespa chegou a esboçar alta, apoiado na valorização das ações da Vale, mas virou para o negativo no fim do pregão e caiu 0,18%, aos 136.865 pontos. O volume financeiro foi modesto, em R$ 16,5 bilhões. No acumulado da semana e do mês, o índice recuou 0,18% e 0,12%, respectivamente. Entre as maiores altas do dia estiveram Engie e Pão de Açúcar, enquanto Vamos e Cosan lideraram as perdas.
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