B.Side Insights

Expectativas sobre o Fed e encontros diplomáticos
Os mercados internacionais operam de forma mista, à espera da decisão de juros do Federal Reserve e da fala de Jerome Powell, que podem confirmar um novo corte de 25 pontos-base. O discurso de Donald Trump durante sua turnê pela Ásia trouxe otimismo, especialmente pela expectativa de um acordo comercial com a China, enquanto se mantém a tensão nas negociações com a Coreia do Sul. Bolsas asiáticas registraram altas expressivas, impulsionadas por essa agenda diplomática, e a Nvidia se aproxima de US$ 5 trilhões em valor de mercado. Na Europa, os resultados positivos de Santander e Deutsche Bank ajudam a conter a instabilidade, enquanto os rendimentos dos Treasuries e o dólar seguem firmes, e o petróleo tenta se manter em leve alta.

Política e mercado doméstico sob influência externa
A indefinição no exterior tende a limitar uma reação mais robusta dos ativos brasileiros, ainda que o minério de ferro siga em valorização. O mercado local acompanha o Relatório Mensal da Dívida Pública e os balanços de grandes bancos, como Santander e Bradesco. O bom desempenho do Santander Brasil e a expectativa de aprovação de medida que revoga tarifas impostas pelos EUA devem sustentar o humor dos investidores. No câmbio, o real pode ser beneficiado por uma combinação de juros altos e perspectiva de dólar mais fraco, apesar da tradicional saída de capitais de fim de ano. No campo político, o governo reage à operação policial mais letal do Rio de Janeiro, com 64 mortos, e articula medidas de segurança no Congresso, incluindo a PEC da Segurança Pública e o projeto Antifacção.

Lucros fortes e disputas setoriais
No noticiário corporativo, destaque para o lucro de R$ 456,1 milhões da Hypera Pharma no terceiro trimestre, alta de 23,1% ante 2024, sustentado por avanço de receitas e margens. O BB-BI classificou o resultado como positivo e destacou a maior geração de caixa da história da companhia. No setor financeiro, o Santander Brasil reportou lucro de R$ 4 bi, alta de 9,4% no trimestre, enquanto o UBS e o Deutsche Bank superaram expectativas na Europa. No ranking de valor de mercado, o Nubank ultrapassou a Petrobras e se tornou a empresa mais valiosa do Brasil, com US$ 76 bi. Já no setor aéreo, a aprovação da gratuidade de bagagens pela Câmara pressiona margens de companhias como Gol e Azul, enquanto a Visa reportou lucro ligeiramente acima do previsto.