Mercado repercute tom mais cauteloso do Fed
Os índices futuros de Nova York operam no vermelho, enquanto as bolsas europeias adotam trajetória positiva nesta quinta-feira. No pré-mercado de NY, as ações de Oracle desabam 12%, após a companhia aumentar suas projeções de gastos. O mercado ainda repercute a decisão de ontem do Federal Reserve em cortar a taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, na faixa entre 3,50% e 3,75%. Mais do que a decisão em si, agentes digerem a sinalização conservadora do Fed de que poderá interromper o ciclo de baixa de juros na reunião de janeiro antes de promover mais um corte. O Conselheiro Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que o presidente Donald Trump anunciará sua escolha para o presidente do Fed dentro de “uma ou duas semanas”. O próprio Hassett é o favorito para assumir o cargo em maio de 2026. Entre as commodities, o petróleo recua mais de 1%, enquanto o minério de ferro fechou em baixa de 1,30% em Dalian, na China.
Copom “fecha portas” para corte de juros em janeiro
No cenário doméstico, o mercado repercute a decisão do Copom de manter a taxa Selic inalterada em 15% ao ano, de maneira unânime, e em linha com as expectativas. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, o comunicado surpreendeu parte do mercado, especialmente aqueles que esperavam um discurso mais brando, ou, até mesmo, uma sinalização sobre possíveis cortes. Com praticamente nenhuma mudança em relação ao anterior, o BC optou por manter uma “postura vigilante e cautelosa na condução da política monetária”. Para ela, o recado dado pelo Copom foi claro: a cautela permanece, e não parece haver qualquer intenção de cortar os juros em janeiro. Com isso, um eventual corte em março fica na mesa e tende a ganhar força, mas, para acontecer, teria que ser sinalizado na primeira reunião de 2026. Entre os indicadores econômicos, as vendas no varejo avançaram 0,5% em outubro ante o mês anterior, informou o IBGE, superando expectativa de queda de 0,1%.
Suzano e Copel anunciam distribuição de proventos
No noticiário corporativo, assim como aconteceu nos últimos dias, várias outras empresas listadas em Bolsa anunciaram o pagamento de proventos, a fim de antecipar a distribuição de lucros. São os casos de Suzano (R$ 1,38 bilhão), Copel (R$ 1,35 bilhão), Direcional (R$ 804,39 milhões), Minerva (R$ 162,10 milhões), Totvs (R$ 99,9 milhões) e Kepler Weber (R$ 24,99 milhões). A JHSF concluiu a venda de 496 imóveis por R$ 5,2 bilhões para um novo fundo de investimento imobiliário (FII), com recursos garantidos por Bradesco, Itaú e XP, injetando forte capital na holding. A Hapvida afirmou que a ordem da ANP para rever dados regulatórios relativos ao quarto trimestre de 2024 não afeta suas demonstrações financeiras consolidadas. A Sabesp informou que superou as metas de novas ligações de água e esgoto previstas para o ciclo 2024-2025.
Deixe um comentário