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Fechamento B.Side: Mais um mês negativo para o Ibovespa, dólar avança e curvas de juros futuros fecham

Fechamento B.Side: Mais um mês negativo para o Ibovespa, dólar avança e curvas de juros futuros fecham

O mês de maio fecha no negativo e marca fim de trimestre fraco para a bolsa. É o pior desempenho desde janeiro, a queda de 3,04% em maio supera o recuo de 2,81% do primeiro mês do ano. É a maior baixa mensal desde 2018, O mês de maio de 2024 registra a segunda maior queda mensal da história do Ibovespa, atrás apenas da retração de 10,87% em 2018, período marcado pela greve dos caminhoneiros e também é o primeiro revés em maio desde 2018. Apesar da forte queda em 2018, o Ibovespa vinha acumulando resultados positivos em maio nos últimos anos. A reavaliação das expectativas sobre juros nos EUA impacta mercado, sendo o principal fator por trás do desempenho negativo do Ibovespa em maio, a mudança na percepção dos investidores sobre o ritmo de corte de juros nos Estados Unidos. No fim de 2023, a expectativa era de um ciclo mais agressivo de afrouxamento monetário, o que impulsionava o otimismo no mercado. No entanto, dados recentes da economia americana indicaram que a inflação pode estar mais persistente do que o esperado, levando o Federal Reserve a sinalizar uma postura mais cautelosa em relação à taxa de juros. Essa mudança de cenário gerou incerteza e aversão ao risco entre os investidores, impactando negativamente o Ibovespa e outras bolsas ao redor do mundo.

Em um dia atípico, marcado por moderação nos ganhos ao longo da tarde, o dólar encerrou o dia em alta firme no mercado doméstico de câmbio, destoando da tendência global de queda da moeda americana. O cenário externo era favorável, com dados de inflação nos EUA em linha com as expectativas, sugerindo espaço para corte de juros pelo Federal Reserve este ano e levando à redução das taxas dos Treasuries. Houve um aumento nos prêmios de risco, diante da percepção de piora do quadro fiscal e desancoragem das expectativas de inflação, os prêmios de risco locais associados à taxa de câmbio aumentaram, tornando o real menos atrativo para investimentos estrangeiros. Os operadores citam a disputa pela formação da última taxa Ptax de maio, na primeira etapa de negócios, como um fator que contribuiu para a alta do dólar. A rolagem e a cobertura de posições típicas de fim de mês também pressionaram o real, com empresas e investidores buscando se proteger contra oscilações cambiais. Outro ponto também é que a alta do dólar no Brasil ocorreu mesmo com um cenário externo favorável à moeda americana. Além disso, a percepção de piora do quadro fiscal e desancoragem das expectativas de inflação pesaram sobre o real.

Nesta sexta-feira (31/05), os juros futuros apresentaram queda, impulsionados principalmente pela retração dos rendimentos dos Treasuries. Dados de inflação menores nos Estados Unidos abriram espaço para que o mercado antecipasse as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve, o que levou à redução dos prêmios das curvas de juros. DI para janeiro de 2025 recuou de 10,429% para 10,395%. DI para janeiro de 2027 caiu de 11,239% para 11,155%. DI para janeiro de 2029 diminuiu de 11,729% para 11,640%. Apesar da queda dos juros futuros, a retração foi considerada tímida em comparação com o ajuste dos Treasuries. Na quinta-feira (30/05), quando o mercado brasileiro estava fechado devido ao feriado de Corpus Christi, as taxas dos Treasuries já haviam cedido entre 5 e 7 pontos, após a desaceleração do PIB americano ter renovado as esperanças em um corte de juros pelo Fed. Hoje, elas caíram entre 4 e 5 pontos.

Os dados da economia americana vieram mistos, com o PCE aumentando em linha com as expectativas, mas a taxa de crescimento anualizada desacelerou. Gastos com consumo tiveram um crescimento acima do esperado, sinal positivo para a economia. Já a renda pessoal teve um aumento menor que o previsto, indicando possível desaceleração da demanda. Em relação ao PMI do ISM Chicago, o indicador veio abaixo do esperado, sugerindo fraqueza na atividade industrial da região. Tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 fecharam com ganhos, refletindo dados positivos de consumo e a percepção de que a desaceleração da inflação pode levar a cortes de juros mais rápidos pelo Fed. A Nasdaq teve forte queda no início do dia, mas se recuperou nos últimos minutos e fechou com perda marginal. Os rendimentos das Treasuries recuaram, sinalizando expectativa de juros mais baixos no futuro. O dólar exibiu fraqueza ante pares rivais, em linha com a expectativa de relaxamento monetário pelo Fed. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou um plano israelense de três etapas para garantir um cessar-fogo definitivo em Gaza.

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