Pressionado pela queda de dois de seus principais nomes, Petrobras PN (-1,66%) e Vale ON (-1,20%), o Ibovespa registrou desvalorização de 0,31% na sessão desta terça-feira, aos 134.319,58 pontos. Ambos os papéis ligados a commodities foram impactados por sinais de enfraquecimento da economia chinesa, após dados fracos de importação. O barril do petróleo do tipo Brent atingiu seu menor nível desde dezembro de 2021. Entre os indicadores econômicos, o IPCA de agosto caiu 0,02%, frente uma alta esperada de iguais 0,02%, em resultado mais fraco para um mês de agosto desde 2022. Com o número apresentado hoje, o acumulado em 12 meses caiu a 4,24%, enquanto a alta acumulada no ano foi a 2,85%.
Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, não há dúvidas de que o IPCA divulgado hoje traz ainda mais atenção para a decisão do Copom da próxima semana. Se é verdade que os próximos meses deverão trazer leituras um pouco mais fortes, é verdade também que tais leituras deverão acontecer em parte por fatores sazonais. Ademais, embora inflação corrente não seja fator de decisão para a política monetária, é inegável que as últimas leituras do IPCA têm sido um pouco mais tranquilas. Justificar uma alta de juros com inflação corrente em deflação, serviços desacelerando e no mesmo dia em que o Fed começa o processo de cortes, não vai ser uma tarefa fácil. Mas, como todas as sinalizações dadas até aqui indicam que manter a alta passa a ser uma questão de credibilidade, entendemos que o aperto deverá ser de 25bps, e não 50bps, como a curva chegou a precificar.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice S&P 500 avançando para sua segunda sessão consecutiva no azul. Ações de tecnologia tiveram mais um dia de ganhos como nos casos de Nvidia (+1,53%) e Microsoft (+2,09%). Por outro lado, os papéis de JPMorgan tombaram 5,19%, após o banco adotar um tom cauteloso sobre o guidance para receitas e despesas líquidas com juros em 2025. O mercado adota compasso de espera antes da divulgação de indicadores de inflação nos Estados Unidos, na semana que antecede a decisão de política monetária do Federal Reserve.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou em alta de 1,32%, cotado a R$ 5,6553, encerrando acima do nível psicólogico de R$ 5,65 pela primeira vez desde o início de agosto. O real, líder da queda entre os emergentes, foi penalizado por um sentimento de maior aversão a risco no exterior, especialmente por conta de China, e pela redução da previsão de demanda pela Opep. A deflação do IPCA não foi suficiente para mudar as perspectivas de retomada de elevação da Selic pelo Copom na próxima semana.

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