Na contramão dos mercados acionários de Nova York, o Ibovespa registrou desvalorização de 0,47% no pregão desta quinta-feira, aos 133.122,67 com agentes reagindo à decisão do Copom de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para um patamar de 10,75%. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, os próximos passos estão em aberto e o Copom não se comprometeu com eles, mas dado o início do ciclo, é de se esperar que novas altas de 25 bps aconteçam até o final deste ano. Este novo ciclo, no entanto, deverá ser curto, e a taxa Selic deverá voltar a cair em meados do ano que vem. O desempenho da Bolsa brasileira só não foi pior porque alguns de seus nomes mais relevantes encerraram o dia no campo positivo, casos de Vale ON (+0,97%) e Petrobras PN (+0,28%).
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, com o índice Dow Jones alcançando os 142 mil pontos pela primeira vez na história, e o S&P 500 também renovando máximas, um dia depois de o Federal Reserve, o banco central americano, iniciar seu ciclo de corte de juros de 0,50 ponto percentual, na faixa entre 4,75% e 5,00%. Assim, o pregão foi marcado por um movimento de recuperação das ações de tecnologia, com alta de 3,97% para Nvidia, e de papéis ligados ao setor financeiro, com valorização de 1,42% para o JPMorgan. Entre os indicadores econômicos, os pedidos semanais de seguro-desemprego nos Estados Unidos ficaram em 219 mil solicitações, uma queda de 12 mil, e abaixo dos 225 mil pedidos esperados.
No mercado de câmbio, o dólar à vista cedeu 0,69%, cotado a R$ 5,4242, em movimento de baixa pela sétima sessão consecutiva. O fortalecimento do real é justificado por um discurso mais duro adotado pelo Banco Central, com possibilidade de uma política monetária ainda mais restritiva no País, e, consequentemente, pelo maior diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos (aqui caindo e lá subindo), o que dá mais atratividade para a moeda brasileira.

Deixe um comentário