Em mais uma sessão de apetite a risco reduzido para os ativos locais, o Ibovespa ficou praticamente estável, em leve baixa de 0,07% nesta quarta-feira, aos 130.639,33 pontos. Novamente, o pregão foi pautado por discussões em torno do cenário fiscal, com o mercado na expectativa por um anúncio de um pacote de corte de gastos pelo governo. O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA) afirmou que é preciso fazer os “ajustes necessários” para garantir a manutenção do crescimento do país, além de declarar que “quem apostar contra o Brasil vai perder”. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi na mesma direção ao declarar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou uma convergência “importante” em torno da necessidade de reforçar o arcabouço fiscal.
As maiores altas da Bolsa brasileira nesta quarta-feira vieram de papéis mais cíclicos, diante de um movimento de alívio dos juros futuros, especialmente na ponta longa da curva. Assim, CVC ON acelerou 4,35%, Carrefour ON ganhou 3,32% e Magazine Luiza ON teve acréscimo de 4,01%. Pelo lado negativo, as ações de Weg ON tombaram 5,34%, após a companhia registrar lucro líquido de R$ 1,58 bilhão no terceiro trimestre de 2024, uma alta de 20,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nome relevantes do Ibovespa também figuraram no campo negativo, casos de Vale ON (-0,37%) e Petrobras PN (-0,39%).
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, após o PIB dos Estados Unidos registrar crescimento de 2,8% no primeiro trimestre, a um nível mais lento do que as projeções do mercado que esperavam por uma alta de 3,0%. Já os dados do relatório ADP reportaram a criação de 233 mil vagas de trabalho no setor privado no mês de outubro, acima das 159 mil de setembro, e bem além da estimativa de 113 mil postos de trabalho. A temporada de balanços também segue no radar. As ações de Alphabet, controladora do Google, subiram 2,82%, depois de um forte crescimento trimestral das receitas no segmento de nuvem. Por outro lado, os papéis da fabricante de chips AMD cederam 10,62%, diante de um guidance de receitas para o quarto trimestre ser considerado decepcionante.
No mercado de câmbio, o dólar também se manteve muito próximo da estabilidade, em alta de 0,03%, cotado a R$ 5,7634. Na máxima do dia, a moeda americana alcançou o patamar de R$ 5,7909, diante dos incômodos fiscais que rondam o Brasil. No entanto, com sinalizações pró-cortes de governantes, o real foi se fortalecendo e conseguiu apagar praticamente as perdas do dia. A divisa brasileira, inclusive, se descolou de seus pares da América Latina, que tiveram desempenho ruim na comparação com o dólar, casos dos pesos mexicano, chileno e colombiano.
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