Na contramão dos mercados acionários de Nova York, o Ibovespa registrou desvalorização de 0,99% na sessão desta quinta-feira, aos 126.922,11 pontos, com o mercado demonstrando incômodo com a demora do governo em anunciar o pacote de corte de gastos. Havia uma expectativa de que a medida poderia ser divulgada logo após o feriado da Consciência Negra, mas a imprensa noticiou que o anúncio poderá ficar para a semana que vem. A Bolsa brasileira foi pressionada, principalmente, por papéis mais ligados à economia doméstica. As ações de Lojas Renner ON recuaram 5,31%, de Hapvida ON cederam 4,64% e de Cogna ON perderam 3,65%. Em entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, classificou que o Brasil está em um momento desafiador, diante de um cenário de alta da taxa de juros.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, com maior destaque para o índice Dow Jones, diante de uma alta das ações cíclicas que podem se beneficiar de uma aceleração da economia americana. Por outro lado, o índice Nasdaq teve desempenho mais tímido, pressionado pela queda de 2,22% de Amazon e de 4,56% de Alphabet. Depois de permanecer a maior parte do pregão no vermelho, os papéis de Nvidia mudaram de sinal e subiram 0,53%, após a companhia reportar lucro acima do esperado no balanço do terceiro trimestre de 2024 e um guidance considerado forte. Somado a isso, o mercado repercutiu falas de dirigentes do Federal Reserve ao longo do dia em busca de pistas se o banco central americano dará continuidade ao ciclo de corte de juros dos Estados Unidos na reunião de dezembro.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,77%, cotado a R$ 5,8115, maior nível de fechamento desde o dia 1º de novembro (R$ 5,8694), com o real demonstrando um dos piores desempenhos em âmbito global na comparação com a moeda americana, com o desconforto do mercado com a demora do governo brasileiro em anunciar cortes de gastos. Além disso, a escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia também levam agentes a buscar proteção, o que dá mais impulso ao dólar.
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