O mercado cansou de dar o benefício da dúvida e perdeu a paciência após notícia de que o governo anunciará isenção, a partir de 2026, de imposto de renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, o que poderia levar a uma perda de arrecadação entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões, desencadeando um forte estresse para os ativos locais. O Ibovespa registrou desvalorização de 1,73% na sessão desta quarta-feira, aos 127.668,61 pontos, penalizado, principalmente, por papéis sensíveis aos juros, que dispararam durante o pregão. As ações de Magazine Luiza ON derreteram 9,40%, de LWSA ON (ex-Locaweb) tombaram 9,13%, de Azzas ON (fusão entre Arezzo&Co e Grupo Soma) perderam 7,21% e de MRV ON cederam 6,80%. Pelo lado positivo, Vale ON subiu 1,22%, impedindo um movimento mais acentuado de queda da Bolsa brasileira.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, com o índice S&P 500 quebrando uma sequência de sete pregões consecutivos no campo positivo. Alguns nomes do setor de tecnologia, que acumulam forte avanço no ano de 2024, passaram por uma correção, casos de Nvidia (-1,15%) e Meta (-0,76%). Entre os indicadores econômicos, o PCE, indicador de inflação considerado como o favorito do Federal Reserve, registrou alta de 0,2% em outubro e 2,3% em base anualizada, em linha com as expectativas do mercado. Vale lembrar que amanhã os mercados acionários de Nova York ficam fechados por conta do feriado do Dia de Ação de Graças.
No mercado de câmbio, o dólar à vista teve forte valorização de 1,81%, cotado a R$ 5,9135, maior nível da história, superando os R$ 5,9007, atingidos em 13 de maio de 2020, no início da pandemia de covid-19. Por aqui, pesou a desconfiança do mercado com a condução da política fiscal do governo Lula. O real foi duramente penalizado em um contexto no qual a moeda americana se enfraqueceu na comparação com a maioria das divisas globais.

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