Acordo EUA-China e cautela global
Os mercados internacionais operam em tom de cautela após o acordo comercial entre Estados Unidos e China, que reduziu tarifas de importação de 57% para 47%, sem gerar otimismo relevante. O movimento veio acompanhado da sinalização do Federal Reserve de que pode interromper o ciclo de cortes de juros em dezembro, o que pressionou as bolsas de Nova York e os rendimentos dos Treasuries. Na Ásia e Europa, o sentimento é igualmente contido: os índices recuaram diante do ceticismo sobre o acordo e da espera pela decisão do Banco Central Europeu, que deve manter as taxas inalteradas. O PIB da zona do euro superou levemente as expectativas, enquanto a Alemanha decepcionou com estagnação econômica.
LDO, IR e Caged em destaque
No Brasil, o foco dos investidores recai sobre a votação do PLN 1/2025, que propõe mudanças na LDO para tornar permanente a faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, além de incluir um “jabuti” que permite aumento do número de deputados federais. O mercado também acompanha os dados do Caged e do resultado fiscal, além da participação do ministro Fernando Haddad em evento econômico. A agenda política segue movimentada, com o presidente Lula sancionando lei de combate ao crime organizado e o STF cobrando esclarecimentos do governador Cláudio Castro após a operação no Rio. Após três recordes consecutivos, o Ibovespa pode passar por realização diante da aversão global ao risco.
Bradesco, Ambev e Magalu no radar
Entre os destaques corporativos, o Bradesco apresentou lucro de R$ 6,2 bilhões no 3º trimestre, alta anual de 18,8%, mas o aumento de 20% nas provisões para devedores duvidosos gerou cautela e queda dos ADRs em Nova York. A Ambev reportou lucro líquido de R$ 4,86 bilhões, avanço de 36,4% impulsionado por eficiência operacional e controle de custos. Já o Citi manteve recomendação de venda para a Magazine Luiza, revisando o preço-alvo para R$ 6,70 e projetando queda no Ebitda e lucro até 2027, o que pode pressionar as ações. Outras empresas como Motiva, ISA Energia, Multiplan e Vittia também divulgaram resultados positivos, reforçando a heterogeneidade dos balanços nesta reta final de temporada.
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