O clima para os ativos de risco domésticos já não era bom até o meio da tarde com investidores cautelosos pelo cenário fiscal do Brasil e piorou ainda mais depois da notícia de que o ministro do STF, Edson Fachin, anulou as condenações de Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, o tornando novamente elegível em 2022. Sendo assim, com o mercado temeroso pela volta do populismo, o Ibovespa encerrou a sessão em forte queda de 3,98%, aos 110.611,58 pontos.
No exterior, foi observada nova escalada dos juros dos Treasuries. Em Wall Street, a volatilidade tomou conta das bolsas americanas, com os índices fechando com sinais mistos. Novamente as ações de tecnologia sofreram, o que pode ser interpretado como um movimento de rotação de carteiras, com investidores preferindo empresas que devem se beneficiar com a retomada da economia americana. O pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão dos EUA, aprovado no Senado no fim de semana, e com boas chances de passar na Câmara, foi deixado em segundo plano.
Na B3, o clima de pessimismo contaminou praticamente todas as empresas da Bolsa. As ações de Petrobras ON e PN recuaram 4,62% e 5,63%, respectivamente, repercutindo o clima político instável do Brasil e acompanhando a queda dos preços do petróleo no mercado internacional em um movimento de correção da commodity.
Outro setor bastante penalizado foi o bancário, recuando em bloco por conta do avanço da pandemia de covid-19 e, consequentemente, de uma recuperação econômica mais lenta do País. Itaú Unibanco PN recuou 3,19%, enquanto Banco do Brasil ON caiu 4,58% e Bradesco ON perdeu 3,59%.
Apenas Marfrig ON registrou alta hoje no Ibovespa, subindo 4,14%, destoando do resto do mercado.
No mercado de câmbio, o dólar à vista encerrou em forte alta de 1,67%, cotado a R$ 5,7783, diante da força da moeda americana no exterior e também repercutindo a decisão do Supremo de anular as condenações de Lula. Além disso, foi observado um movimento de retirada de recursos do Brasil.

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