Em alta pelo quarto dia consecutivo, o Ibovespa se valorizou 0,21%, aos 110.580,79 pontos, mesmo sendo pressionado pelo retorno do sentimento de maior aversão a risco no exterior e pela forte queda das ações de Petrobras. Além disso, o IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial do País, ficou em 0,59% em maio, acima das expectativas do mercado. Segundo Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, o resultado mostra que a inflação está disseminada, o que é preocupante. Ela avalia que, além de uma alta de meio ponto porcentual na taxa Selic na próxima reunião do Copom em junho, outro aumento não poderia ser descartado.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice Dow Jones encerrando a sessão no campo positivo, mas muito próximo da estabilidade, e os índices S&P 500 e Nasdaq devolvendo os ganhos da véspera. O setor de tecnologia foi novamente contaminado pelo pessimismo após a Snap, empresa dona da rede social Snapchat, indicar uma deterioração do cenário macroeconômico, avisando que não atingirá as metas de receita e lucros ajustados para o trimestre atual.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,14%, cotado a R$ 4,8123, acompanhando o viés observado entre outras divisas emergentes e a piora dos principais índices acionários de Nova York.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Eletrobras PNB e ON subiram 2,04% e 1,99%, nesta ordem, com investidores em busca de papéis considerados mais seguros e resilientes, além de surfar na perspectiva de privatização da companhia.
A busca pela segurança também ajudou nomes do setor bancário, casos de Bradesco PN (+2,10%), Itaú PN (+1,51%) e Santander units (+1,42%). Em movimento de realização de lucros, Banco do Brasil ON caiu 0,42%.
Pelo lado negativo, as ações de Petrobras ON e PN caíram 2,83% e 2,89%, respectivamente, depois de o presidente Jair Bolsonaro demitir José Mauro Coelho da presidência da empresa após pouco mais de 40 dias no cargo. No setor, mesmo com o leve recuo do petróleo, outros nomes subiram com força, em uma possível troca de posições da estatal para empresas privadas. PetroRio ON avançou 3,90% e 3R ON se valorizou 3,39%.
Os papéis de Embraer ON tombaram 5,61%, após notícia de que a Força Aérea Brasileira (FAB) pretende reduzir de 22 para 15 o pedido de aeronaves KC-390 Millennium, alegando restrições orçamentárias do Ministério da Defesa. Já as companhias aéreas e empresas ligadas ao turismo também recuaram em bloco, diante das piores projeções para a economia mundial. CVC ON cedeu 6,30%, Azul PN perdeu 5,78% e Gol PN se desvalorizou 4,01%.
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