Em mais uma sessão de pressão para os ativos locais, diante das indefinições relacionadas à PEC da Transição, o Ibovespa registrou queda de 0,18%, aos 108.841,15 pontos. Investidores seguiram de olho nas negociações da PEC no Senado, à espera de respostas sobre qual o valor que ficará fora do teto de gastos para bancar o Bolsa Família e, principalmente, por quanto tempo a medida terá validade. A queda da Bolsa brasileira só não foi maior porque um clima de otimismo se instaurou no mercado por conta do noticiário internacional. No entanto, os juros futuros não adotaram o mesmo movimento de suavização das perdas e fecharam novamente em forte alta, especialmente após as falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, novamente dizendo que irá agir caso não veja a inflação convergir para a meta.
Em Wall Street, as bolsas americanas subiram em bloco, impulsionadas após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, com integrantes do Fed admitindo que uma elevação de juros em ritmo mais moderado deve acontecer em breve já que enxergam um progresso na luta contra a inflação, o que aumenta as apostas por um aumento de 0,50 ponto percentual em dezembro.
No mercado de câmbio, o dólar à vista fechou praticamente estável, em leve baixa de 0,10%, cotado a R$ 5,3744, com o exterior menos avesso a risco levando o real para o terreno positivo, mas com as incertezas políticas e fiscais impedindo ganhos mais robustos para a moeda brasileira.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as units de SulAmerica avançaram 2,95%, diante um cenário positivo para seguradoras por conta da perspectiva de juros altos por um tempo mais prolongado. Assim, as ações de Rede D’Or ON, que comprou a SulAmerica há alguns meses, também se beneficiaram e subiram 3,57%.
Já as ações de Marfrig ON ganharam 3,17%, em ajuste técnico de correção, já que a companhia vinha sendo penalizada nas últimas semanas, com desvalorização acumulada de 13% em relação a um mês atrás.
Pelo lado negativo, empresas de serviços não essenciais foram novamente penalizadas pelas incertezas domésticas. A alta de juros futuros pressionou as ações de CVC ON, que tombaram 7,22%, com receios do mercado de que o endividamento das famílias aumente e o setor de turismo desaqueça.
Por fim, os papéis de Cielo ON caíram 6,82%, após o Citi realizar uma previsão de resultados mais fracos para a companhia no quarto trimestre de 2022 por conta da desaceleração econômica. Apesar disso, Cielo ainda apresenta o melhor desempenho do Ibovespa no ano, com valorização superior a 100%.

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