A falta de sinalizações em relação à equipe econômica do governo eleito voltou a pressionar os ativos domésticos nesta sexta-feira. Hoje, ao final do dia, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, descartou um “plano B” para a PEC da Transição e afirmou que Lula tem vários nomes cotados para o Ministério da Fazenda, mas que o escolhido será anunciado no “momento oportuno”. No período da manhã, Fernando Haddad, apontado como favorito a assumir a pasta da Economia, decepcionou em evento da Febraban ao não adotar uma postura mais contundente sobre a política fiscal. Assim, o Ibovespa registrou queda de 2,55%, aos 108.976,70 pontos. Na semana, a Bolsa brasileira praticamente ficou estável, com leve ganho de 0,10%.
Em Wall Street, as bolsas de Nova York não definiram sinal único, em sessão reduzida após retorno do feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos. Todos os três índices encerraram a semana com valorizações. Dow Jones subiu 1,78%, S&P 500 avançou 1,53% e Nasdaq ganhou 0,72%, com o mercado respirando aliviado, pelo menos momentaneamente, depois de a ata da última reunião do Federal Reserve sinalizar que o banco central americano deve desacelerar o ritmo de alta das taxas de juros dos EUA.
No mercado de câmbio, o dólar à vista acelerou 1,89%, cotado a R$ 5,4105, também sensível ao noticiário político. Em evento da Febraban, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu responsabilidade do governo com gastos, afirmando que é “preciso maior coordenação entre as políticas fiscal e monetária” e dizendo que “não pode ter política fiscal de um lado e política monetária do outro”. Campos Neto ainda alertou que a batalha da inflação ainda não foi vencida, nem localmente nem globalmente.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques da B3, apenas as ações de CSN ON encerraram o dia no campo positivo, em alta de 0,81%, impulsionadas pela valorização do minério de ferro.
Pelo lado negativo, as blue chips tiveram mais um dia de fortes perdas, com Itaú PN tombando 3,53%, Bradesco PN caindo 1,85% e Petrobras ON se desvalorizando 2,24%. Esta última, além do noticiário local, também foi impactada pelo recuo superior a 1% do petróleo no mercado internacional, com riscos de demanda por parte da China e novas discussões sobre o teto ao petróleo russo.
O estresse no mercado de juros, com abertura da curva, também influenciou negativamente papéis mais sensíveis à economia doméstica. Natura ON perdeu 5,99%, Via ON cedeu 6,28% e Lojas Renner ON teve decréscimo de 6,26%.

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