Quem esperava que o primeiro pregão do ano no mercado doméstico fosse morno por conta do feriado prolongado de Ano Novo nas bolsas de Nova York e de Londres, o que costuma enxugar a liquidez, se enganou. As questões políticas e econômicas seguiram no centro das atenções de investidores e o Ibovespa registrou forte queda de 3,06%, aos 106.376,02 pontos, pressionado, principalmente, pelas ações de Petrobras, que desabaram mais de 6%. A companhia ainda sofre após declarações de seu novo presidente, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), que defende mudar a política de preços da petroleira. Somado a isso, a fala de Lula, em seu discurso de posse, de que pretende revogar o teto de gastos também gera cautela adicional.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,51%, cotado a R$ 5,3597, com agentes financeiros preocupados com o rumo da política fiscal no Brasil, especialmente após a medida provisória que desonera os combustíveis ser prorrogada por mais 60 dias. Assim, a leitura do mercado é que o discurso de responsabilidade fiscal pregado pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fica fragilizado logo na largada.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Méliuz ON aceleraram 3,39%, após acordo comercial com o BV, ofertando a seus clientes produtos e serviços financeiros do banco, além de vender a Bankly por R$ 210 milhões.
Fora do índice, as ações de Gafisa ON dispararam 43,03%, com o mercado repercutindo a notícia de venda de participação total da empresa, de 80%, no empreendimento Fasano Itaim, pelo valor de R$ 330 milhões. Além disso, houve uma alta adesão de acionistas e adquirentes de direito de subscrição ao aumento de capital da companhia.
Pelo lado negativo, as ações de Petrobras ON e PN derreteram 6,67% e 6,45%, respectivamente, diante de sinais intervencionistas do governo Lula, que afastam investidores das estatais.
Por fim, as ações de B3 ON tombaram 6,88%, diante do aumento da cautela do investidor local e a perspectiva de haver menos fluxo na Bolsa de Valores com uma taxa Selic em patamares altos por mais tempo.
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