Em uma sessão de aversão a risco generalizada globalmente, especialmente no setor financeiro, o Ibovespa registrou queda de 0,48%, aos 103.121,36 pontos. O índice foi pressionado pela cautela de investidores após a quebra dos bancos americanos Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, o que causou um movimento de fuga de ativos de riscos. Somado a isso, a queda superior a 2% do petróleo no mercado internacional também ajudou a empurrar a Bolsa brasileira para baixo.
Em Wall Street, as bolsas americanas fecharam majoritariamente no vermelho, com exceção do índice Nasdaq. As perdas, no entanto, foram contidas, já que alguns investidores apostaram que o choque financeiro poderá fazer com que o Federal Reserve interrompa o ciclo de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos. Se antes existiam apostas de elevação de 50 pontos-base na próxima reunião do Fed, agora agentes precificam até manutenção dos juros, mas a visão majoritária ainda é de aumento de 25 pontos-base. O VIX, conhecido como índice do medo, atingiu um nível não visto desde o final de 2022 e se aproximou de território considerado altamente arriscado. Por fim, os rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos americanos, recuaram nesta segunda-feira, o que ajudou a dar algum suporte às ações.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,16%, cotado a R$ 5,2688, em seu maior nível em mais de um mês, alinhado ao movimento de fortalecimento da moeda americana em relação à divisas emergentes. A mudança de cenário foi tão brusca no exterior que houve, inclusive, uma projeção de corte de juros nos EUA ainda em 2023.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, impulsionados por um movimento de queda dos juros futuros, nomes mais dependentes da economia doméstica registraram fortes ganhos na sessão. Via ON disparou 12,09%, Magazine Luiza ON acelerou 9,41%, MRV ON ganhou 7,31%, Petz ON se valorizou 6,54% e Locaweb ON subiu 5,88%.
Pelo lado negativo, as ações de Petrobras ON e PN caíram 3,17% e 3,16%, respectivamente, enquanto PetroRio ON cedeu 4,34% e 3R ON tombou 5,40%, com as petroleiras sendo pressionadas pela baixa do petróleo.
Em um pregão de quedas generalizadas globalmente para nomes do setor bancário, players do Brasil também foram impactados. Itaú PN se desvalorizou 1,21%, Bradesco PN recuou 1,11%, Banco do Brasil ON teve decréscimo de 0,63% e as units de Santander perderam 1,05%.
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