Pressionado pelo mau humor instaurado nos mercados acionários globais por conta do teto da dívida pública nos Estados Unidos, o Ibovespa registrou queda de 1,03% na sessão desta quarta-feira, aos 108.799,54 pontos. Além disso, o índice foi pressionado por uma baixa generalizada de siderúrgicas e mineradoras, e por um movimento de realização de lucros. Por aqui, a boa notícia esteve relacionada à aprovação do texto-base do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados. Para a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, pesou positivamente o placar da votação (372 votos a favor ante 367 na semana passada), e era para o Ibovespa estar “bombando” após a aprovação das novas regras fiscais, mas o exterior atrapalhou. “Essa questão da dívida americana não é novidade e sempre acaba sendo negociada, mas traz desconforto de curto prazo”, afirmou.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, repercutindo o impasse relacionado à dívida pública dos EUA e com temores renovados sobre um possível calote. Hoje, o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse em coletiva que os negociadores continuam em desacordo sobre os limites de gastos e culpou os democratas por chegarem à mesa tão tarde no processo. “É razoável e racional gastarmos menos no ano que vem do que gastamos neste ano”, declarou. A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, alertou anteriormente aos legisladores de que um possível calote no início de junho seria “altamente provável”. Além disso, tivemos nesta quarta-feira a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, na qual a maioria dos dirigentes do banco central americano apontam para uma paralisação do aumento de juros nos EUA.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 0,37%, cotado a R$ 4,9540, reagindo positivamente à aprovação do arcabouço fiscal na Câmara. O real, no entanto, teve um dos melhores desempenhos entre as divisas globais em relação à moeda americana, que ganhou força ante a maioria das divisas com investidores em busca de um porto seguro com a indefinição da dívida dos EUA.

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