Em mais uma sessão de cautela antes das decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, que serão conhecidas na próxima quarta-feira, o Ibovespa registrou desvalorização de 0,37% no pregão desta terça-feira, aos 117.845,78 pontos. A agenda esvaziada também contribuiu para um menor apetite a risco.
Por aqui, tivemos a divulgação do IBC-Br de julho, que subiu 0,44% em relação ao último mês. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, o número mensal veio melhor do que o esperado, mas na base anualizada é possível notar uma tendência de desaceleração. “Serviços foi o setor que melhor desempenhou em julho e está claro que é o setor que está liderando a recuperação. Comércio foi um pouco melhor, mas em varejo as vendas de automóveis caiu bastante, devido ao fim da política de estímulo de consumo. Enquanto isso, Indústria voltou a cair, com um resultado abaixo do esperado. Dos três grandes setores, um está bom, outro no meio e outro ruim, os resultados estão mais mistos”, afirmou Helena.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco e operaram com fôlego reduzido, com o mercado em compasso de espera nem tanto pela decisão do Federal Reserve de amanhã, com ampla expectativa para a manutenção de juros na reunião de setembro, mas pela sinalização sobre a possibilidade de final do ciclo de aperto monetário, com apostas ainda apontando para uma chance de 30% de o Fed subir juros no encontro em novembro.
O dólar à vista subiu 0,35%, cotado a R$ 4,8730, com o sentimento de cautela também tomando conta do mercado de câmbio. Operadores apontaram para uma recomposição de posições defensivas e realização de lucros, depois de a moeda americana ter se desvalorizado nos últimos quatro pregões. A perda de fôlego do petróleo também contribuiu para a fraqueza do real.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Via ON avançaram 2,74%, em ritmo de recuperação pontual, já que a companhia registra queda de cerca de 40% no mês de setembro. Operadores apontam para a possibilidade de short squeeze (quando investidores com posição vendida, ou seja, que apostam na baixa do papel, são obrigados a recomprar as ações para mitigar prejuízos).
Pelo lado negativo, as ações do Grupo Pão de Açúcar ON tombaram 6,90%, após o Bank of America (BofA) reduzir o preço-alvo da ação de R$ 15 para R$ 3,50, justificando o movimento pela recente cisão do controle acionário no Grupo Éxito.
Por fim, as ações de Totvs ON cederam 4,91%, com a ação fechando o pregão abaixo de R$ 27, algo que não acontecia há mais de quatro meses.

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