Em mais um pregão de aversão a risco global, com os mercados acionários pressionados por dados negativos da economia americana, o Ibovespa registrou desvalorização de 1,49% nesta terça-feira, aos 114.193,43 pontos, acumulando o quarto dia consecutivo do principal índice da B3 no vermelho. No cenário doméstico, o IPCA-15 de setembro registrou avanço de 0,35% em relação ao mês anterior, informou o IBGE, puxado, principalmente, pela alta de combustíveis. De acordo com a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, a inflação veio “bem comportada”, já que os núcleos, de maneira geral, desaceleraram, assim como índice de difusão. Já a ata da última reunião do Copom adotou um tom duro, em linha com o comunicado, expressando as preocupações do Banco Central com os cenários fiscal e externo, e praticamente balizando as apostas em torno de cortes no ritmo de 50 em 50 pontos-base.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, depois de dados sobre vendas de imóveis e confiança do consumidor renovarem preocupações do mercado a respeito do estado da economia dos Estados Unidos. Por lá, as vendas de moradias novas em agosto totalizaram 675 mil, o que representou uma queda de 8,7% em relação a julho, e abaixo das 695 mil vendas esperadas. Já o índice de confiança do consumidor da Conference Board caiu para 103 em setembro, quando economistas apontavam para uma projeção de 105,5. Somado aos indicadores econômicos, o mercado acompanha com uma luta a possibilidade de paralisação do governo que pode ocorrer no dia 1º de outubro se o Congresso americano não chegar a um acordo sobre uma lei de gastos.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,42%, cotado a R$ 4,9871, em linha com o movimento de valorização da moeda americana, que vem se fortalecendo desde a semana passada quando o Federal Reserve adotou uma postura rígida para combater a inflação americano, sinalizando que os juros dos EUA devem permanecer em patamares elevados por um período prolongado. O dirigente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que o banco central americano provavelmente precisará elevar suas taxas de juros um pouco mais e mantê-las em níveis altos por um tempo mais longo para trazer a inflação de volta à meta oficial de 2%. O dólar fechou no maior patamar em relação ao real desde 1º de junho.
Destaques da Bolsa
Em uma sessão de perdas praticamente generalizadas, apenas nove ações do Ibovespa encerraram o dia no campo positivo. O maior destaque ficou por conta dos papéis de Eletrobras ON e PNB, que subiram 0,92% e 1,88%, respectivamente, após a companhia informar que pretende efetuar o pagamento antecipado da 1ª emissão de notas comerciais escriturais, no valor equivalente a R$ 6 bilhões em principal.
Já as ações de BRF ON avançaram 2,79% e de Marfrig ON tiveram alta de 0,29%, após notícia de que a Marfrig elevou sua participação na BRF para 40,05 do total das ações de emissão da companhia.
Pelo lado negativo, os nomes cíclicos da Bolsa brasileira recuaram em bloco, pressionados pela valorização dos juros futuros, que subiram alinhados à pressão no exterior. Além disso, a ata do Copom também praticamente descartou um ritmo de corte mais forte da Selic. Assim, Petz ON tombou 5,60%, Grupo Pão de Açúcar ON perdeu 5,10%, Lojas Renner PN cedeu 4,64%, Grupo Soma ON caiu 4,30% e Locaweb ON teve baixa de 4,24%.

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