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Sylvio Castro deixa carreira de executivo de banco estrangeiro para fundar a asset Grimper Capital

Sylvio Castro deixa carreira de executivo de banco estrangeiro para fundar a asset Grimper Capital

Depois de mais de duas décadas atuando em bancos estrangeiros, Sylvio Castro resolveu deixar a carreira de executivo para empreender e abrir sua própria gestora de recursos independentes: a Grimper Capital.

A decisão de renunciar ao cargo de executivo-chefe de investimentos (CIO) do Credit Suisse Hedging-Griffo foi acompanhada, principalmente, pela vontade de ter um negócio para chamar de seu, resolvendo desde os mínimos detalhes, como a fachada da empresa, até os maiores, como as decisões de investimento.

“Outro dia, ouvi o Guilherme Aché, gestor da Squadra, que falou uma frase genial: ‘quem não empreende, termina a vida contando a história dos outros’”, disse Castro, em entrevista ao B.Side Insights.

Segundo o sócio-fundador e CIO da Grimper Capital (que significa “escalar”, na tradução do francês), o lado bom de ser executivo de grandes bancos está na facilidade que um ambiente todo estruturado proporciona. Mas, apesar de conseguir deixar um pouco do seu DNA ao longo do tempo na instituição, não é a mesma coisa que ser o dono.

“No fundo, para um executivo em uma área de gestão, o banco prepara o cockpit da máquina e diz ‘senta aí e pilota’. O outro lado da história é que você não é o dono da escuderia e aquela máquina não é sua”, explica Castro.

Ao montar o próprio negócio, ele comenta que é preciso matar um leão por dia, ligando para as pessoas, agendando conversas, falando com seus antigos clientes, em uma agenda que precisa se encaixar nas 24 horas diárias.

Porém, Sylvio Castro não tem do que reclamar quando o assunto é captação. Hoje, a Grimper Capital conta com algumas centenas de milhões apenas de seed money, garantidos para entrar no primeiro semestre da operação. “Mas, sinceramente, acho que será bem mais”, diz o CIO, acrescentando que a casa já começa como uma gestora estabilizada e que gera fluxo de caixa.

Fundos e time da asset

No pontapé inicial, a casa vai disponibilizar dois produtos: um hedge fund macro (de retorno absoluto) e um long biased. Ambos devem começar a rodar ainda no mês de fevereiro.

A equipe começa com 12 pessoas, sendo oito pessoas na gestão e mais quatro no suporte. A estrutura se divide com Sylvio Castro como CIO, além de André Szasz (ex-Credit Suisse, Merrill Lynch e Santander) e José Ermete (ex- Compass, Moneda e Itaú BBA) como portfolio managers. 

Na gestão, há ainda a economista Mariam Dayoub (ex-Rafter Investimentos, Arsenal e Banco Mundial) e os três analistas Alexandre Mastrocinque (ex-Empiricus e Credit Suisse), Tiago Marchiore (ex-Itaú Unibanco) e Vito Ferreira (ex-Lakewood, BTG e Brasil Plural).

Já a área de suporte é comandada por João Freitas, que passou 14 anos no Credit Suisse Hedging-Griffo.

Tese de investimento

Diante da atual conjuntura econômica, a Grimper Capital fez um estudo com cerca de 30 classes de ativos, tentando explicar o movimento dessas diferentes classes ao longo do tempo. 

A conclusão da análise foi que apenas um fator estatístico explica pelo menos metade do movimento dos ativos que é basicamente a aceleração do PIB. Somado a ele, há um segundo fator, que representa mais um quarto do retorno, que é o nível do juro real. E, com a junção dos fatores PIB e juros, é possível formar quatro combinações.

Atualmente, estamos vivendo um momento de PIB acelerando e juro baixo (até negativo). E o que funciona nesta combinação, segundo a asset? Ativos de risco cíclicos como bolsas de emergentes, cobre, small caps dos Estados Unidos, petróleo, Ibovespa, entre alguns exemplos.

“Nossa carteira está muito desenhada para capturar essa aceleração de emergentes e de commodities”, afirma Castro. “Então, boa parte do risco está alocado nisso. E desse risco, a maior parte está alocada fora do Brasil, especialmente na Ásia e commodities”, explica.

A visão para o Brasil é mais pessimista por conta do cenário fiscal ainda nebuloso, mesmo com esse vento de cauda, na visão Grimper. “Hoje, gostamos de ativos de risco, temos posição de risco em Brasil e só não estamos mais pesados porque não nos ajudamos como País”, aponta o CIO.

Já na parte de renda fixa, a asset evita tomar uma posição aplicada de juros neste momento. O câmbio também é visto como um movimento “super tático”, com posições que variam de 4% a 5%.

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