Entre os ativos brasileiros, no curto prazo, o mercado de juros foi o que teve a maior mudança. Pelo menos é isso o que afirma Luis Alberto Garcia, sócio e principal no negócio Macro da Mauá Capital, asset com R$ 6 bilhões sob gestão, em entrevista ao B.Side Insights.
Tudo porque a gestora tinha uma expectativa de que o Banco Central começaria um ciclo de aperto monetário apenas no segundo semestre de 2021. No entanto, a autarquia antecipou a mira para um aumento da taxa Selic já no fim do primeiro trimestre, diante de um cenário com ruídos em torno da inflação.
De acordo com Garcia, o Banco Central o surpreendeu ao discutir em janeiro uma eventual elevação da taxa de juros, afirmando que a instituição está focada em fazer um movimento em duas partes: primeiro retirar a extraordinariedade e depois normalizar a taxa de juros propriamente dita. “O BC está dizendo: ‘Para o que está acontecendo agora, segundo o que estou esperando de atividade de inflação, não precisamos mais da política monetária extraordinária'”, explica o sócio da Mauá.
A casa acredita que o BC fará um mini ciclo de aumento de juros de 175 basis point, começando na reunião de maio, elevando o atual patamar da Selic de 2% para 3,75% ao ano. “Talvez um outro ciclo só no segundo semestre de 2022”, afirma Garcia.
Caso o cenário posto não se concretize em maio, a Mauá terá uma leitura de que o Banco Central abandonou a ideia de dois ciclos e voltará para o plano original, provavelmente subindo os juros apenas no final do ano, algo em torno de agosto ou setembro.
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