Carro-chefe da gestora Bahia Asset Management e com um patrimônio líquido de R$ 11,5 bilhões, o fundo multimercado Bahia AM Maraú FIC de FIM, disponível para aplicação na plataforma do BTG Pactual Digital, está mais otimista com o exterior do que com o Brasil.
A médio e longo prazos, a asset está otimista de que haverá um crescimento global, capitaneado pelos Estados Unidos, que apresentou um novo pacote fiscal e um ritmo mais acelerado de vacinação contra a covid-19 em comparação com outros países.
Entre as principais posições do fundo, o Maraú tem posições aplicadas (apostando na queda) em juros nominais no México e posições tomadas (esperando a alta) em juros nominais e compradas em inflação nos EUA. Em moedas, o fundo tem posições compradas em dólar canadense, rublo russo e coroa norueguesa, moedas que se beneficiam de um crescimento global mais forte, e vendidas em dólar americano e euro. Em crédito, posições compradas em índices de crédito de empresas europeias.
Em relação ao Brasil, a asset já vinha enxergando uma possível piora no cenário da pandemia e observa um cenário fiscal frágil e um externo menos “amigável” para o País.
Em sua parte de renda variável, que é um long & short, o fundo está comprado em setores como commodities, consumo discricionário, serviços financeiros e imobiliário. Já na ponta vendida, a o fundo se posiciona em bancos e telecomunicações.
Recuperação do Maraú
Criado no final de 2012, o Maraú teve retorno acima do CDI ano a ano desde seu início, exceto em 2020 pela primeira vez em sua história. Em 2020, o fundo obteve um retorno de 0,6% contra 2,8% de seu benchmark.
O desempenho é em parte explicado pela forte queda da Bolsa no primeiro trimestre do ano passado, quando um dos principais riscos do fundo na época era justamente o mercado acionário.
Apesar de não ter tido a maior desvalorização quando comparado a outros fundos, o Maraú demorou mais a voltar, perdendo a “primeira pernada” de retomada por sua diligência diante da incerteza do momento.
E o que fez a casa ganhar segurança e ter mais convicção para voltar a aumentar o risco?
A interpretação de que era possível controlar minimamente os focos da covid-19 em um primeiro momento, com os exemplos da Ásia e, depois, da Europa. Somado a isso, as políticas fiscal e monetária de governos e bancos centrais dando suporte e injetando liquidez nos mercados também influenciaram na decisão de deixar para trás uma posição mais cautelosa.
Sendo assim, a partir do segundo semestre de 2020, o fundo já começou a apresentar um desempenho em linha com seu histórico.
Características da Bahia Asset
Gestora independente desde 2011 e com R$ 18,5 bilhões sob gestão, a Bahia Asset possui fundos multimercados macro, long only, long biased e de renda fixa. A casa conta com 90 pessoas, sendo 40 diretamente envolvidas no processo de investimento e não trabalha com a figura de um CIO ou CEO. Sendo assim, as decisões de investimentos são feitas de maneira consensual e em sinergia entre as áreas de gestão e pesquisa.
Apesar da visão democrática, a asset conta com dois gestores responsáveis: Thiago Mendez, responsável pela renda fixa, e Gustavo Daibert, pela renda variável. O fundo atua de forma global em 5 vetores de risco: juros, moedas, crédito, renda variável e commodities.
Entre as características da casa, a Bahia se destaca por sua robusta área de pesquisa, que possui cerca de 20 pessoas trabalhando em análise de empresas e pesquisa macro. Um segundo ponto é o controle e gerenciamento de risco. Por último, a asset tem como perfil contratar juniores e estagiários e formar os profissionais internamente.
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