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Petróleo deve ganhar espaço no segundo semestre substituindo siderurgia e mineração, afirma Paschoal Paione, gestor do Garín Cíclico

Petróleo deve ganhar espaço no segundo semestre substituindo siderurgia e mineração, afirma Paschoal Paione, gestor do Garín Cíclico
Paschoal Paione, gestor do fundo Garín Cíclico

Depois de um primeiro semestre de intensa valorização para aço e minério de ferro, a segunda metade do ano deverá ter o petróleo como protagonista, podendo chegar até o patamar de US$ 90 por barril. Atualmente, a commodity é negociada pouco acima de US$ 70. Pelo menos essa é a aposta de Paschoal Paione, gestor do fundo Garín Cíclico, disponível para investimento na plataforma do BTG Pactual digital. 

O fundo multimercado long biased especializado em commodities acumula um retorno de 8,01% nos primeiros cinco meses de 2021, ante valorização de 6,05% do Ibovespa e de 0,96% do CDI.

“O ciclo de commodities continua de pé, mas não acontecerá de uma vez só. Alguns setores vão dar uma moderada como, por exemplo, siderurgia e mineração de uma maneira geral. Por outro lado, temos outros setores ganhando espaço como energia”, afirma Paione em entrevista ao B.Side Insights.

Segundo ele, o estoque atual de petróleo se encontra em um patamar menor do que a média dos últimos 5 anos e menor do que no ano passado, refletindo ainda a perda de demanda brutal ao redor do mundo causada pela diminuição de mobilidade.

“Nossa tese é de que quando começar a acelerar a mobilidade em função do aumento do ritmo de vacinação, você vai ter uma dragagem muito mais rápida do estoque de petróleo”, diz o gestor, completando que a Opep deverá manter o cronograma e voltar a produzir 6 milhões de barris de petróleo por dia apenas em fevereiro ou março de 2022, a não ser que a demanda acelere demais.

Siderúrgicas não estão mais tão atraentes

Depois de se aproveitarem de um ótimo momento do mercado global na primeira parte de 2021, com o câmbio favorável, preço do aço bombando lá fora e com pouca oferta no mercado doméstico, as siderúrgicas brasileiras já não se encontram tão atrativas quanto já estiveram neste ano.

“O ambiente de siderurgia deu uma exaurida tanto do ponto de vista da commodity global como também em relação ao equity”, opina Paione.

Segundo ele, é difícil que as companhias listadas na B3 mantenham o nível atual de preços se o investidor acreditar na queda do minério de ferro. E não porque o mercado está ruim, mas sim pelo preço inviável da commodity a US$ 230, na opinião do gestor. 

“Se o preço do minério de ferro vai voltar, o do aço também vai, com o agravante do real se valorizando”, afirma, prevendo uma retomada de preços apenas em 2022. “Quando você começa a ver o preço para baixo, você não sabe se vai cair 50%, 60% ou 70%.”

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