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Gestores afirmam que investidor deve priorizar caixa para enfrentar momento de turbulência no Brasil

Gestores afirmam que investidor deve priorizar caixa para enfrentar momento de turbulência no Brasil

Questionado no evento BTG Bankers Experience 2021 sobre qual movimento seria adequado para o investidor nesse momento de turbulência no âmbito doméstico, Márcio Roberto Correia, sócio da JGP, foi enfático: se você tem uma visão negativa com o mercado, deveria ter caixa. Ele deu como exemplo Seth Klarman, um dos maiores investidores de performance no longo prazo que carrega, na média, 30% de caixa, aproveitando para comprar quando o mercado entra em colapso.

“Caixa é uma coisa salvadora (nesses momentos)”, disse Correia. O sócio da JGP afirmou que empresas de commodities estão “baratas” com o real nesse nível, mas ainda assim essas companhias acompanham o movimento da Bolsa para baixo.

A visão de “cash is king” (o dinheiro é rei, em tradução livre) também foi compartilhada por Leonardo Linhares, membro do comitê executivo da SPX Capital, acrescentando que o caixa será melhor remunerado nos próximos meses e trimestres com a elevação da taxa Selic e que será importante nesse cenário de incertezas que assolou o País e que deve perdurar, em sua visão, pelos 12 meses seguintes até as eleições de 2022.

Linhares, no entanto, afirma que investidores precisam ter um portfólio preparado para a maioria dos cenários. “O que não dá é no momento de pânico querer se defender, porque aí sairá caro independente da sua decisão”, pontuou.

Por fim, Paolo Di Sora, CIO e sócio-fundador da RPS Capital, também se mostrou favorável a ter maior liquidez na carteira em momentos de maior dúvida. Além disso, ele ainda afirmou que, para quem deseja manter uma posição estrutura em Bolsa, evitaria small caps para esse momento e priorizaria nomes mais defensivos e de qualidade, de setores que dependem menos do PIB e da confiança, já que, segundo Di Sora, estamos vivendo um problema claríssimo de renda no Brasil, com inflação alta e salários congelados.

“Por mais que o governo distribua um Auxílio Brasil de R$ 400, não vai resolver esse problema de renda no curto prazo. Então, ficaria com a empresa de melhor marca, melhor balanço e melhor execução histórica. Mesmo que você não ganhe tanto quanto outras, com certeza se o cenário se deteriorar ainda mais, você estará mais protegido”, opinou o CIO da RPS.

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