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É hora do investidor priorizar o stock picking no exterior, afirma Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital

É hora do investidor priorizar o stock picking no exterior, afirma Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital
Thiago Lobão (ao centro), ao lado dos outros fundadores da Catarina Capital

Em um momento em que se discute as perspectivas para o Brasil para o ano que vem, com eleições, nebulosidade em torno da situação fiscal do País e discussões a respeito do teto de gastos, uma gama relevante de investidores brasileiros olha para o exterior, buscando aumentar a exposição ao mercado internacional e dolarizar parte do patrimônio, à procura de produtos com uma rentabilidade atrativa e com um risco-retorno adequado.

De acordo com o Banco Central, o total de investimentos financeiros fora do País somou US$ 61,6 bilhões de janeiro a agosto, alta de 44% em relação ao final de 2020.

Se por aqui o ambiente se mostra mais desafiador, não podemos dizer o mesmo do exterior, especialmente quando falamos de Estados Unidos, que vem batendo sucessivamente recorde atrás de recorde em seus principais índices acionários.

Mas, apesar do otimismo com o cenário lá fora, o próprio Estados Unidos têm uma perspectiva de elevação de juros em 2022 ou 2023, o que demanda uma atenção maior do investidor, já que muitas empresas serão impactadas por conta desse movimento. 

“A hora que o tapering realmente se firmar, com correções de juros reais ao longo do primeiro ou segundo trimestre do ano que vem, isso pode ter algum impacto”, afirma Thiago Lobão, fundador e CEO da Catarina Capital, asset com cerca de R$ 150 milhões sob gestão, em contato com o B.Side Insights.

Para Lobão, apenas dois tipos de players não serão impactados por essa alta de juros: aqueles que não estão com uma exposição regulatória tão grande e com um crescimento gigantesco de geração de caixa, e empresas de setores produtivos com base tecnológica, que mesmo em um ambiente mais drástico de mercado, estarão protegidos pela enorme demanda por solução tecnológica como, por exemplo, o segmento de segurança cibernética.

Assim, a pergunta que fica é: este é o momento ideal para investir em tech no exterior? Segundo o CEO da Catarina Capital, o cenário sugere muito mais o stock picking (a escolha ativa de ações), seja por meio de uma assessoria especializada e/ou de um fundo de investimento, do que propriamente por um investimento passivo como ETFs ou uma estratégia generalista.


“É o momento de se olhar importantes de gestão ativa em tech, mas investir em índice ou estratégia generalista de mercado não, porque, de fato, temos um contexto macro que merece atenção”, opina o CEO da Catarina Capital.

“Empresas de tecnologia tiveram melhor performance em uma década”

Disponível na plataforma do BTG Pactual, o Newton Tech Fund, da Catarina Capital, é um fundo de investimento em ações globais de tecnologia, com valorização superior a 27% em 2021.

“Independentemente das discussões, foram as empresas de tecnologia que melhor performaram nos últimos 10 anos e com um nível de volatilidade adequado, entregando algo entre 20% e 25% ao ano em dólar”, afirma Lobão.

O fundo trabalha com uma metodologia própria para escolher papéis de tech, combinando uma análise de ações tradicional com a experiência em venture capital, além de contar com profissionais com mais de 20 anos de experiência no setor de tecnologia.

A asset conta atualmente com 25 pessoas, sendo Thiago Lobão, Alexandre Constantini e Natan Epstein os três principais sócios.

Voltado para investidores qualificados, uma das principais vantagens do produto é sua liquidez, já que o resgate de cotas acontece em apenas seis dias. Vale destacar que o fundo não é hedgeado, ou seja, é afetado pela variação do dólar.

Na carteira do Newton Tech Fun entram desde nomes mais conhecidos como Microsoft, Apple, Alphabet (dona do Google), Amazon e Facebook, com uma alocação entre 30% e 40% do total, até empresas conhecidas, mas com teses um pouco mais diferentes, como Adobe, Salesforce, Paypal e Nvidia, até empresas que estão liderando novas tendências tecnológicas, na visão da casa, como Datadog, Chewy, Servicenow, Intuitive, Okta, Roku, Square. Apesar disso, a casa não é um fundo de small caps, já que só olha para papéis com capitalização de mercado acima de US$ 5 bilhões.

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