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Investimento social: fundo Arcah reverte taxas de administração em auxílio e emprego para pessoas em situação de rua

Investimento social: fundo Arcah reverte taxas de administração em auxílio e emprego para pessoas em situação de rua

Apesar dos investimentos ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) ainda se mostrarem embrionários no Brasil, a procura por alocação de capital neste tema é cada vez maior. Contudo, já imaginou realizar um investimento visando retorno financeiro e ainda ajudar uma causa social? Pois essa é a proposta da ONG Arcah (Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade).

Em parceria com a Mogno Capital, a Arcah lançou um fundo de fundos (FoF) multimercado, ou seja, um fundo de investimento que adquire cotas de outros fundos do mercado, revertendo as taxas de administração cobradas para auxiliar pessoas em situação de rua. O produto, tocado pelo gestor Thiago Picanço, é exclusivo da plataforma do BTG Pactual.

O fundo tem como meta captar cerca de R$ 100 milhões para conseguir pagar os custos fixos do projeto. Não há valor mínimo para investimento. A carteira do fundo investe em renomadas casas como Legacy, Absolut, Genoa, Kapitalo, Moat e ARX.

“Criamos uma ferramenta eficaz e transparente que tem como objetivo ressignificar as pessoas mais vulneráveis que estão nas ruas”, afirma Filipe Sabará, em contato com o B.Side Insights.

Sabará tem um longo histórico causas sociais, tendo criado o projeto Horta Social Urbana, principal programa da Arcah, que consiste em transformar espaços vazios de São Paulo em hortas orgânicas, ‍oferecendo uma capacitação ‍de 15 semanas e posteriormente trabalho remunerado para pessoas acolhidas das ruas. O projeto já conta com 7 unidades instaladas na cidade e atendimentos que já ultrapassam mais de 3 mil indivíduos.

“Quem gera emprego e renda é o setor privado. No fim do dia, o morador de rua precisa ter emprego”, diz o empresário.

Atualmente, estima-se que existam quase 32 mil pessoas em situação de rua em São Paulo, sendo que em dois anos tivemos um aumento de 31%, segundo dados da Prefeitura.

“Resgatar a cidadania não é só resgatar a cidadania do cara que está na rua, mas também a nossa cidadania”, afirma Sabará, ressaltando a preocupação com a governança do projeto, que conta com importantes famílias no conselho como Gerdau, Klabin, Garfinkel, Setúbal e Vilela.

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