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Fechamento B.Side: Ibovespa cai pelo 2º dia consecutivo pressionado por Petrobras, mas mantém os 98 mil pontos; dólar acelera a R$ 5,38, maior nível desde janeiro

Em nova sessão marcada por alguma aversão a risco no exterior, ruídos fiscais em Brasília e forte desvalorização das ações de Petrobras, o Ibovespa registrou baixa de 0,32%, aos 98.294,64 pontos, em seu segundo pregão consecutivo no vermelho. O desempenho da Bolsa poderia ter sido até pior, quando o índice tocou os 96 mil pontos, mas o clima no cenário doméstico melhorou quando o relator da PEC dos Benefícios, deputado Danilo Forte, desistiu de realizar mudanças no texto. Antes, era cogitado incluir motoristas de aplicativo no auxílio gasolina, o que levaria o impacto fiscal da medida para um número próximo de R$ 50 bilhões. A desistência levou os juros futuros a adotarem trajetória de queda.

Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice Dow Jones no vermelho e S&P 500 e Nasdaq no azul, este último beneficiado pelo arrefecimento das taxas no mercado de renda fixa americano que impulsionou as ações de tecnologia. Apesar disso, a sessão foi marcada pela manutenção de preocupações sobre uma possível recessão nos Estados Unidos. O rendimento dos Treasuries de 2 e 10 anos voltaram a inverter nesta terça-feira, um movimento que historicamente é considerado um indicador de recessão econômica. Quando os rendimentos do Tesouro de curto prazo são negociados acima dos vencimentos de longo prazo, isso pode indicar que o mercado espera que uma desaceleração da economia leve a um corte nas taxas de juros por parte do Fed.

No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 1,19%, cotado a R$ 5,3893, tocando o patamar de R$ 5,4035 na máxima do dia, e encerrando em seu maior nível desde janeiro deste ano. O fortalecimento da moeda americana veio em linha com o desempenho ante outras divisas. O euro, por exemplo, chegou a tocar em suas mínimas em comparação ao dólar desde 2002.

Destaques da Bolsa

Entre os destaques do dia na B3, as ações das varejistas registraram fortes ganhos, beneficiadas pela desaceleração dos juros futuros, apoiados pela queda do petróleo e, consequentemente, da redução das expectativas inflacionárias. Magazine Luiza ON disparou 11,74%, Via ON acelerou 11,48%, Americanas ON se valorizou 9,73% e Petz ON avançou 8,65%.

Os setores de construção e tecnologia também surfaram na onda da melhora de percepção para papéis mais sensíveis à economia doméstica. Eztec ON subiu 7,63%, Méliuz ON ganhou 7,27% e Totvs ON teve acréscimo de 3,89%.

Pelo lado negativo, as companhias ligadas ao petróleo recuaram em bloco, acompanhando a forte desvalorização da commodity no mercado internacional, com o barril do tipo Brent caindo mais de 9%, enquanto o WTI perdeu o suporte dos US$ 100 o barril, refletindo os temores por uma desaceleração econômica global. As ações de Petrobras ON e PN recuaram 4,27% e 3,81%, respectivamente, enquanto PetroRio ON derreteu 7,11% e 3R ON tombou 7,44%.

Já as empresas aéreas e ligadas ao turismo voltaram a ser pressionadas diante da disparada do dólar e pelo receio de recessão global, apesar da queda do petróleo, que favorece as companhias do segmento. Gol PN caiu 3,10%, CVC ON teve leve recuo de 0,15% e Azul PN se manteve estável.

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