Depois de duas sessões seguidas no campo positivo, o Ibovespa voltou a ser pressionado por incertezas em relação à política fiscal do governo Lula e ao nome do futuro ministro da Fazenda. Lá fora, o mercado também pisou no freio, o que também contribuiu para a Bolsa brasileira registrar queda de 1,39%, aos 110.925,60 pontos. Hoje, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha, afirmou que há expectativa de que a PEC da Transição ultrapasse R$ 175 bilhões do teto de gastos e que o texto possa ir a plenário na próxima quarta-feira. Ele, contudo, disse que a base governista aceita negociar o prazo de validade da medida.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, mas operaram com pouco fôlego, com o mercado adotando cautela antes da divulgação do payroll, o relatório de empregos dos Estados Unidos, programado para amanhã. Os dados do mercado de trabalho podem determinar o ritmo de aperto monetário por parte do Federal Reserve. Há a expectativa de que os EUA criem 200 mil novas vagas em novembro, o que representaria uma queda em relação aos 261 mil postos de trabalho criados no mês anterior.
No mercado de câmbio, o dólar à vista registrou leve recuo de 0,09%, cotado a R$ 5,1971, em uma sessão volátil na qual a moeda americana alternou entre o campo positivo e negativo. Dados do PIB abaixo das estimativas impediram uma valorização mais forte do real. Globalmente, o dólar perdeu força ante a maioria das divisas, ainda refletindo os comentário de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell, de que a instituição cogita uma diminuição do ritmo de alta de juros em breve.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, ações consideradas mais defensivas estiveram entre as maiores altas, com investidores em busca de maior segurança. Assim, BB Seguridade ON subiu 2,33%, Engie ON se valorizou 1,80% e as units de Taesa avançaram 1,77%.
Já as ações de Vale ON subiram 0,55%, destoando dos pares ligados a commodities metálicas. A mineradora segue sendo impulsiona pela expectativa de que a China afrouxe sua política em relação à covid-19.
Pelo lado negativo, as ações de BRF ON tombaram 9,02%, penalizadas pela notícia da revista Veja de que sua dívida com a Ipiranga ultrapassaria R$ 800 milhões, em uma ação judicial envolvendo a venda de um projeto industrial na Amazônia. A BRF emitiu comunicado à CVM afirmando que o processo “ainda está em curso” e que “não há ainda qualquer fixação de valores”.
Ainda com o cenário fiscal no radar e pressionadas pela alta dos juros futuros, as varejistas tiveram mais um pregão de perdas. O fraco desempenho na Black Friday da última semana também segue afastando investidores. Magazine Luiza ON derreteu 9,09%, Americanas ON caiu 6,91% e Grupo Soma ON recuou 6,42%.
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