Nos dois últimos meses, um tom mais otimista se espalhou por Wall Street, com os mercados acionários respirando mais aliviados diante de uma percepção de que a inflação americana atingiu seu pico e o Federal Reserve poderá diminuir o ritmo de alta de juros nos Estados Unidos. Assim, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq registraram ganhos de 14,1%, 8% e 4%, respectivamente, em outubro, além de ganhos de 5,6%, 5,3% e 4,3%, nesta ordem, em novembro.
No entanto, esse otimismo para os mercados de Nova York não deve durar muito tempo, na visão da Gap Asset. Lá fora, em um cenário ainda nebuloso, a casa se surpreendeu com o movimento altista recente nos EUA e disse estar à espera de uma oportunidade para novamente shortear, isto é, apostar na baixa das bolsas americanas. Vale lembrar que aproximadamente metade dos 19% ganhos por seu multimercado Gap Absoluto em 2022 vieram dessa posição.
“Acreditamos que haverá um segundo movimento de revisão de lucros para baixo. Se pegarmos a última temporada de balanços do terceiro trimestre de 2022, foi bem negativo, com várias empresas revisando negativamente os guidances”, afirma Viccenzo Paternostro, Portfolio Manager e responsável pelo book de equities da Gap Asset, em contato com o B.Side Insights.
De acordo com Paternostro, nas últimas semanas o mercado adotou uma narrativa de soft landing (pouso suave) da economia, fator preponderante para a recuperação das bolsas. Contudo, a Gap não tem como cenário-base uma desaceleração gradual e com poucos obstáculos.
“As curvas de juros estão muito invertidas, os bancos começarão a segurar crédito, há vários anúncios de demissão e o desemprego eventualmente começará a subir, então não acreditamos no soft landing. Acreditamos que haverá um momento de estresse na economia e as bolsas (americanas) voltarão a cair”, aposta o Portfolio Manager da Gap, adicionando que a asset agora busca algum evento ou nível de preço atrativo para voltar a ficar short.
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