Novamente com o debate em torno das metas de inflação no radar, o Ibovespa registrou queda de 0,91%, aos 107.848,81 pontos. Rumores de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria avisado a equipe econômica que deseja uma elevação de 1 ponto percentual na meta de inflação deste ano voltou a azedar o humor dos investidores. Além disso, agentes seguiram atentos às falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que colocou panos quentes na relação com o Executivo e disse ver com bons olhos o pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele também afirmou ser possível aumentar os gastos sociais mantendo a responsabilidade com as contas públicas.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com investidores reagindo ao índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos de janeiro, que registrou alta anual de 6,4%, acima das projeções do mercado de avanço de 6,2%, mostrando que, embora a inflação tenha atingido o pico, ela ainda se mostra bastante resistente. O número diminui ainda mais as apostas de que o Federal Reserve encerre o ciclo de aperto monetário. Assim, o que foi visto na sessão foi uma aceleração dos rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos americanos, com o título de 6 meses fechando com a taxa acima de 5% pela primeira vez desde julho de 2007.
No mercado de câmbio, o dólar à vista subiu 0,42%, cotado a R$ 5,1984, também reagindo aos ruídos em torno da possível mudança das metas de inflação para 2023. O real, que estava entre os melhores desempenhos da sessão em relação à moeda americana durante a parte da manhã, virou de sinal e passou a ficar entre as piores divisas. Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, tal atitude do governo seria negativa e, como consequência, haveria uma probabilidade ainda maior de os juros futuros acelerarem.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de Banco do Brasil ON aceleraram 2,34%, após o banco apresentar lucro de R$ 9,039 bilhões no quarto trimestre de 2022, alta anual de 52,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, acima das projeções do mercado.
Já os papéis de Eletrobras ON e PNB recuaram 3,68% e 3,88%, respectivamente, refletindo as declarações de ontem da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que reafirmou que o partido debate a retomada do controle da companhia pela União.
Por fim, o retorno dos ruídos políticos, que pressionou a curva de curva dos juros futuros, penalizou nomes mais ligadas à economia doméstica, casos de varejistas e empresas de consumo. Assim, as ações de Méliuz ON derreteram 7,45%, de CVC ON tombaram 6,72% e de Lojas Renner ON perderam 3,21%.
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