Pressionado por dados mais fracos da economia americana e queda das ações ligadas à commodities metálicas, o Ibovespa registrou baixa de 0,88%, aos 100.977,85 pontos. Ruídos políticos em torno da Petrobras também ajudaram na maior percepção de risco por parte de agentes, após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, criticou a atual política de preços da companhia e afirmar que mudanças seriam feitas. No entanto, a Petrobras soltou um comunicado desmentindo Silveira, argumentando que não recebeu nenhuma proposta da pasta competente. Além disso, investidores também repercutiram falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ao dizer que é necessário reconhecer o esforço que o governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm feito em relação à proposta de arcabouço fiscal, divulgada na semana passada. “Nossa avaliação é superpositiva. Vamos observar como vai ser a tramitação no Congresso”, declarou Campos Neto.
Em Wall Street, as bolsas americanas não definiram sinal único, com o índice Dow Jones no azul e os índices S&P 500 e Nasdaq no vermelho, sendo que este último acumulou sua terceira sessão consecutiva de perdas, com investidores deixando de lado ações de growth (crescimento) diante de sinais de enfraquecimento da economia americana. Hoje, o relatório ADP de março mostrou uma geração de 145 mil empregos pelo setor privado dos Estados Unidos, bem abaixo das 210 mil vagas esperadas. Já o índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços americano teve queda e foi a 51,2 em março.
No mercado câmbio, o dólar à vista caiu 0,64%, cotado a R$ 5,0499, com o real demonstrando um dos melhores desempenhos em âmbito global contra a moeda americana. O fortalecimento da divisa brasileira vem na esteira dos menores ruídos políticos, especialmente após Roberto Campos Neto acenar positivamente em relação ao novo arcabouço fiscal. Somado a isso, dados reforçaram a leitura de uma economia americana mais fraca, o que tende a diminuir o apetite por dólar.
Destaque da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, alguns nomes do setor bancário tiveram mais uma sessão de recuperação, observado um maior fluxo para a Bolsa brasileira. As units de BTG Pactual registraram valorização de 1,73%, enquanto Bradesco PN avançou 0,84%.
Pelo lado negativo, ações consideradas mais cíclicas, especialmente do setor varejista e de consumo, foram penalizadas na sessão desta quarta-feira. Assim, Natura ON perdeu 9,61%, Alpargatas PN tombou 9,74% e Lojas Renner caiu 2,73%. Na contramão do segmento, Via ON acelerou 6,36%.
Já os papéis ligados a commodities metálicas recuaram em bloco, impactados pelo recuo de quase 6% do minério de ferro na semana. Vale ON cedeu 1,47%, Gerdau PN se desvalorizou 2,99%, CSN ON teve decréscimo de 1,14% e Usiminas PNA registrou queda de 0,98%.

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