Em uma sessão volátil, o Ibovespa registrou baixa de 0,13%, aos 101.797,09 pontos, reagindo, principalmente, ao noticiário envolvendo a decisão de política monetária nos Estados Unidos e às falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que não fechou as portas para um novo aumento de juros na próxima reunião de junho. Por aqui, investidores também adotaram cautela antes da decisão de política monetária do Copom, com ampla expectativa para manutenção da Selic em 13,75% ao ano. No entanto, o que o mercado quer saber é qual será o tom adotado pelo Banco Central em sua comunicação, já que as expectativas de inflação seguem elevadas, conforme tem sido reiterado pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em Wall Street, as bolsas americanas recuaram em bloco, após o Federal Reserve elevar a taxa de juros dos Estados Unidos em 25 pontos-base, para a faixa entre 5,00% e 5,25%, decisão em linha com o esperado pelo mercado. No comunicado do Fed, a principal mudança foi a troca do trecho “o comitê antecipa que algum aperto adicional pode ser apropriado” por “o comitê levará em consideração o efeito cumulativo da política monetária”, além da defasagem com que esta política afeta inflação e atividade. Em entrevista coletiva dada logo após a decisão, Powell disse que uma decisão de fazer uma pausa hoje não foi tomada pelos membros, mas enfatizou que uma mudança relevante foi feita no comunicado ao não antecipar mais uma alta de 25 pontos-base. De acordo com Powell, o comitê agora será guiado pelos dados que estão por vir, sem antecipação de altas.
Segundo Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, tanto a decisão, quanto o comunicado que a sucedeu, vieram em linha com suas expectativas. Embora não tenha falado abertamente isso, Powell sinalizou, assim como o comunicado já havia feito, que o Fed pode de fato encerrar o processo de alta de juros, o que Veronese acredita que tenha de fato acontecido nesta reunião.
No mercado de câmbio, o dólar à vista caiu 1,09%, cotado a R$ 4,9919, em linha com o enfraquecimento da moeda americana em âmbito global, na sessão que marcou a décima alta de juros consecutiva pelo Federal Reserve, atingindo a maior taxa em 16 anos. Assim, investidores aumentaram as apostas de que o aperto monetário promovido pelo Fed pode ter chegado ao fim na reunião de maio.
Destaques da Bolsa
Entre os destaques do dia na B3, as ações de companhias aéreas, após a Gol anunciar, na noite de ontem, um realinhamento de sua equipe executiva, com Richard Lark retornando ao conselho de administração e Mario Liao como diretor Financeiro e de Relações com Investidores. Somado a isso, um cenário macroeconômico de queda do dólar e do petróleo também ajudou as companhias do segmento. Assim, Gol PN disparou 5,97% e Azul PN acelerou 4,92%.
Fora do índice, em seu sexto pregão consecutivo de alta, as ações de Light ON ganharam 10,57%, diante de rumores do interesse do empresário Nelson Tanure pelos papéis da elétrica. Segundo o Broadcast, ele adquiriu ativos da Light nos últimos dias e pretende fazer novas compras para alcançar um patamar superior a 5%.
Pelo lado negativo, as ações de Carrefour ON derreteram 9,39%, depois de apresentar um prejuízo líquido ajustado ao controlador de R$ 375 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$ 421 milhões no mesmo período do ano anterior. O resultado marcou o primeiro prejuízo desde 2016.
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